sábado, 31 de janeiro de 2015

Jovem Pan: Epilepsia, diagnóstico, tratamento e preconceito

Neste vídeo a médica fala sobre o que é a epilepsia, os tipos de crises, as dificuldades das pessoas que tem a epilepsia, o diagnóstico, tratamento, o que fazer e não fazer durante as crises, as fases da vida em que a epilepsia mais se desenvolve.


Fonte: Jovem Pan

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Vitória, celebra família após a Anvisa retirar canabidiol da lista de proibidos

Menino de São Carlos só conseguiu após decisão da justiça. Medida vai diminuir a burocracia e facilitar importação do remédio diz mãe.

Vitória. Essa é a palavra que resume o sentimento da família do garoto de São Carlos (SP) que precisa fazer uso do medicamento canabidiol (CBD), após a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de retirá-lo da lista de substâncias de uso proibido, na quarta-feira (14). De acordo com a mãe do menino de 7 anos, Joseane Marcolino Alves, a decisão trouxe muito alívio para a família e deve facilitar o tratamento de João.
As convulsões do garoto, que sofre da Síndrome de Dravet, passaram de 30 por dia para uma por semana depois que ele começou a tomar o remédio. A mãe, que teve que entrar na justiça para conseguir o medicamento, acredita que agora as coisas serão mais fáceis. “Para entrar com o pedido, não vai precisar de tanta burocracia e vai ser mais rápido para fazer todos esses trâmites e a importação. Estamos começando o ano agora com essa vitória, estávamos avançando a passos de formiga e, de repente, vem essa grande notícia”, afirmou.
Joseane importa o remédio há cerca de seis meses. Ela conta que quando o filho começou a usar, a vida deles mudou completamente. Ele não teve mais convulsões frequentes e agora ela participa de uma ONG na internet com mais de 1,2 mil pessoas reunidas para tratar o assunto. O objetivo é ajudar outras mães. “Auxiliar essas mães que ainda não tem condições financeiras para comprar. Já ajudei pelo menos quatro casos de pessoas que conseguiram o tratamento por meio do governo”, contou Joseane.
Família comemora decisão da Anvisa em São Carlos (Foto: Reginaldo dos Santos / EPTV)Família comemorou a decisão da Anvisa
Decisão

A partir de agora, as empresas interessadas poderão produzir e vender derivados de canabidiol após a obtenção de um registro da Anvisa. A aquisição do produto ainda deve ocorrer de forma controlada, com a exigência de receita médica de suas vias.

A agência também vai criar uma ordem de serviço para regulamentar a importação dos remédios que contém a substância. O canabidiol é uma substância química encontrada na maconha e que, segundo estudos científicos, tem utilidade médica para tratar diversas doenças neurológicas.
Em maio de 2014, uma reunião da Diretoria Colegiada do órgão, em Brasília (DF), discutiu se o Canabidiol seria retirado da lista de substâncias de uso proscrito para entrar para a lista de substâncias de controle especial (comercializado com receita médica de duas vias). Entretanto, um dos diretores pediu vista do processo, o que adiou a decisão. Na ocasião, a assessoria de imprensa da Anvisa informou que uma nova sessão está prevista para agosto.
Fonte: G1





terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Menina de 5 anos salva vida de mãe epilética em trabalho de parto

Centerria Manning ensinou à filha o que fazer caso ela tivesse uma crise
Centerria Manning ensinou a filha o que fazer caso tivesse uma crise

Em vez de ficar assustada e nervosa, a pequena Calise Manning, de 5 anos, manteve a calma e ligou para o serviço de emergência quando viu sua mãe, grávida de 9 meses, ter uma convulsão. "Ela está tremendo e vai ter um bebê. Minha mãe está muito grávida, vai ter um menino e precisa muito de ajuda", disse a criança na ligação que salvou a vida de sua mãe e do irmão que acabou de chegar ao mundo, na semana passada.
Centerria Manning mora com a família em Michigan, nos Estados Unidos, e, como tem epilepsia, explicou à filha o que deveria ser feito caso ela tivesse uma crise, desde que a pequena tinha dois anos de idade. Segundo informações do canal WWMT, o noivo de Centerria, Terrell Ballard , estava trabalhando quando ela passou mal e Calise seguiu certinho todas as instruções. A menina ligou para o serviço de emergência, explicou o caso e deu o endereço de casa.
"Quando eu acordei, só consegui lembrar da minha filha Calise em pé ao meu lado ligando para o serviço de emergência", disse Centerria ao canal de TV. "(Quando tudo correu bem) ela ficou: 'Eu disse que cuidaria de você se algo acontecesse'", contou a mãe. O bebê, batizado TJ, nasceu saudável e pesando mais de 3 kg.

A pequena heroína está toda orgulhosa, empolgada com a repercussão do caso na imprensa e já até ganhou um prêmio na igreja que frequenta por sua coragem. "Calise disse que mal pode esperar até que TJ possa falar para que ele seja tão famoso quanto ela. Perguntei se ela era famosa e ela respondeu: 'É, só pessoas famosas aparecem na TV e eu estou na TV o tempo todo agora porque liguei para a polícia te socorrer'", postou Centerria em seu perfil.

Calise ganhou um prêmio pelo ato de coragem na igreja que frequenta
Calise ganhou um prêmio pelo ato de coragem na igreja que frequenta

A família inteira está orgulhosa da pequena estrela, e a menina não para de paparicar o irmão. "Ele é fofo e eu o amo", disse Calise na entrevista à WWMT, usando uma camiseta onde se lia "Eu sou a irmã mais velha"

Fonte: extra.globo.com





















segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O jovem que vive em 'déjá vu' constante

Britânico tem sensação de estar preso em um túnel do tempo; para pesquisadores, problema pode ter sido causado por ansiedade.

Uma das teorias é que déjà vu seria causado por pequenos espasmos no cérebro (Foto: Thinkstock/BBC)
uma das teorias é que o déjá vu seria causado por pequenos espasmos no cérebro

O caso extraordinário de um britânico de 23 anos que há oito anos tem experimentado episódios de déjà vu com grande frequência tem intrigado médicos e cientistas.
E a suspeita de um grupo de pesquisadores do Reino Unido, França e Canadá é que o problema tenha sido desencadeado por um excesso de ansiedade.
Déjà vu (que significa "já visto" em francês) é a expressão usada para descrever aquela sensação de que você já esteve em determinado lugar ou já fez a mesma coisa antes, ainda que o senso comum lhe garanta que isso não é possível.
Pesquisas indicam que cerca de dois terços das pessoas experimentam essa sensação pelo menos uma vez na vida, mas se sabe muito pouco sobre suas causas.
O jovem britânico com déjà vu crônico chegou a ter de evitar assistir televisão, ouvir rádio ou ler jornais, porque ele sempre sentia que já tinha se deparado com aquelas histórias antes.
Segundo Chris Moulin, neuropsicólogo cognitivo da Universidade de Bourgogne que está envolvido no estudo do caso, o jovem tinha um histórico de depressão e ansiedade e uma vez usou a droga LSD na universidade, mas era completamente saudável.
"Ele ficou completamente traumatizado com essa sensação constante de que sua mente está brincando com ele", diz Moulin.

Túnel do tempo

Britânico chega a ter déjà vu do déjà vu (Foto: Thinkstock/BBC)
Britânico chega a ter déjá vu do déjá vu

Segundo o neuropsicólogo, a sensação de que o paciente está revivendo experiências pode durar alguns minutos - às vezes até mais.
"Certa vez ele foi cortar o cabelo e, quando entrou na barbearia, teve um déjà vu. Em seguida, teve um déjà vu do déjà vu. E já não conseguia mais pensar em outra coisa."
O britânico diz ter a sensação de que vive preso em um túnel do tempo. E quanto mais angustiado fica, maior parece ser a frequência de suas crises.
Segundo os pesquisadores, nas tomografias e exames de seu cérebro, tudo sempre pareceu normal, sugerindo que a causa do déjà vu constante provavelmente é mais psicológica que neurológica.
"Esse caso não é suficiente para provar que existe uma ligação entre ansiedade e a sensação de déjà vu, mas ele indica que seria interessante estudar mais a fundo essa relação", diz Moulin.
Ao contrário dos problemas de memória, o déjà vu parece ter maior incidência entre pessoas jovens.
De acordo com uma pesquisa coordenada por Alan Brown, da South Methodist University, em Dallas, as pessoas costumam experimentar a primeira sensação de déjà vu aos seis ou sete anos.
A frequência dessa sensação costuma ser mais alta entre os 15 e 25 anos - e diminui depois dessa idade.

Teorias

Há várias teorias que tentam explicar as causas do déjà vu.
Akira O'Connor, psicólogo da Universidade de St Andrews, por exemplo, acredita que, na maioria dos casos, a sensação está ligada a uma espécie de "falha de ignição" momentânea nos neurônios no cérebro, que criaria conexões falsas.
"O déjà vu pode ser uma espécie de tique do cérebro. Da mesma forma que temos espasmos musculares ou contrações das pálpebras de vez em quando, pode ser que, às vezes, a parte do cérebro responsável pela memória e sensação de familiaridade tenha uma pequena convulsão", diz O'Connor.
Isso ajudaria a explicar por que o que déjà vu é mais frequente entre pessoas que têm epilepsia ou algum tipo de demência.
Outra teoria, desenvolvida pela professora Anne Cleary, da Colorado State University, é que a sensação seria causada pela existência de algo genuinamente familiar no entorno de quem a experimenta - como o formato de uma estrutura ou a disposição dos móveis de uma sala.
Para testar sua hipótese, Cleary desenvolveu um jogo de realidade virtual computadorizado chamado "Deja-ville", em que as pessoas navegam por cenários semelhantes.
A natureza fugaz e espontânea do déjà vu faz com que seja muito difícil estudar o fenômeno em laboratório, segundo os pesquisadores.
"Os métodos para se tentar induzir um déjà vu ainda são bastante incipientes", diz O'Connor.
"Nós usamos a hipnose e testes que envolvem listas de palavras. Outro método é chamado de 'estimulação calórica'. Consiste em esguichar água morna nos ouvidos das pessoas."
O´Connor explica que, inicialmente, esse método foi criado para o tratamento de outros problemas, como vertigem, mas os cientistas perceberam que um efeito colateral comum era justamente o déjà vu.
"Acredita-se que isso ocorra porque o canal do ouvido é próximo ao lobo temporal, que pode ser responsável por essa sensação", diz ele.

Incidência

Não se sabe quantas pessoas sofrem de déjà vu crônico, mas Moulin diz já ter encontrado casos semelhantes ao do jovem britânico - inclusive alguns pacientes que insistiam que já o conheciam em função do problema.
"Eles me cumprimentavam como um velho amigo, apesar de nunca terem me visto antes. Alguns falaram comigo por Skype, estavam do outro lado do mundo, mas ainda assim tinham essa sensação", conta ele.
Segundo Christine Wells, da Sheffield Hallam University, desde que a história do jovem foi publicada nos jornais britânicos mais pessoas estão procurando ajuda de especialistas dizendo ter o problema.
"Recebi mensagens de pessoas que vivem na Austrália e nos Estados Unidos. Trata-se de uma condição rara, mas há de fato pessoas que dizem que têm ou tiveram a mesma coisa - ou conhecem alguém com o problema."
Para Wells é necessário estudar mais a fundo esse fenômeno. Mas também há quem defenda que ele não é assunto para a ciência.
"Já recebi cartas de pessoas que acham que o déjà vu é algo espiritual e citam a Bíblia e o Alcorão", diz O'Connor.
"Alguns acreditam que eu não deveria estudar isso. Dizem que 'explicar o arco-íris estraga a sua beleza'. Pessoalmente, sempre gostei de ter um déjà vu - e tentar descobrir o que causa essa sensação apenas torna essa experiência mais bonita."

Fonte: BBC BRASIL







sábado, 24 de janeiro de 2015

Uma etapa vencida, diz mãe de menino que precisa de canabidiol

Obtenção do medicamento derivado da maconha será facilitada no país. Garoto de Sorocaba (SP) havia conseguido liminar para fazer o tratamento.

Bernardo e a mãe Susicler, em Sorocaba (SP) (Foto: Arquivo pessoal / Susicler Betega)Bernardo e a mãe Susicler, em Sorocaba (SP)
A família do menino Bernardo Betega de Assis, de 7 anos, diagnosticado com um grave tipo de epilepsia, comemorou a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que retirou o canabidiol da lista de substâncias de uso proibido. A decisão foi tomada pela Vara da Infância e Juventude da cidade, determinando que o governo estadual pague o tratamento do garoto a base do medicamento em Sorocaba(SP), o primeiro registro de liminar deste tipo na cidade. “É mais uma etapa vencida. Fico feliz por saber que as pessoas estão vencendo o preconceito e se atualizando. Canabidiol não é maconha, é droga”, disse ao G1 a mãe de Bernardo, Susicler de Fátima Betega, naquinta-feira (15).
A decisão da Anvisa foi divulgada na quarta-feira dia 14 durante uma reunião em Brasília. Com ela, abre-se o caminho para que a comercialização de medicamentos com a substância seja facilitada no país. Antes, a venda do produto com a substância, classificada como proibida, era vetada. Agora, as empresas interessadas poderão produzir e vender derivados de canabidiol após a obtenção de um registro da Anvisa.
Para Susicler, a liberação da venda do medicamento pode melhorar a qualidade de vida de crianças e adultos com patologias como a de Bernardo, que foi diagnóstica com um tipo grave de epilepsia ainda pequeno. Segundo ela, o filho possui atrasos no desenvolvimento neurológico. “Algumas crises acabam nem sendo percebidas, porque por fora parece que nada está acontecendo. Isto acaba prejudicando o cérebro dele. Bernardo também tem hematomas pelo corpo porque cai devido aos espasmos. “Esta é a última esperança que a gente tem para amenizar as crises dele.”
De acordo com a mãe, o tratamento ainda não teve início, apesar da liminar aprovada tenha sido expedida no mês de dezembro. “Acredito que os feriados de final de ano, enquanto o Fórum permaneceu fechado, possa ter esticado o prazo. Esta semana vou procurar me informar melhor sobre isto”, relata.
Bernardo foi diagnosticado com epilepsia ainda criança (Foto: Arquivo pessoal / Susicler Betega)Bernardo foi diagnosticado com epilepsia ainda
criança 
A dona de casa recebeu com alegria a conquista do filho na Justiça e aguarda ansiosamente pela entrega dos remédios. Susicler afirma que não tem condições de comprar a medicação, já que os gastos, segundo ela, não sairiam por menos de R$ 3 mil por mês no começo do tratamento. “Só o fato de saber que passamos por essa etapa já me deixa feliz. Esta é a última esperança que a gente tem para amenizar as crises dele.”
O fornecimento será de responsabilidade do governo do Estado de São Paulo. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde confirmou a notificação e afirmou que no dia 12 de dezembro solicitou à Justiça a prescrição médica, o que deve ser realizado e entregue nos próximos dias. “Vale lembrar que por se tratar de medicamento importado e sem registro na Anvisa, o processo de aquisição requer o cumprimento de uma série de etapas para viabilizar a compra, como desembaraço alfandegário por parte da Receita Federal, entre outras”, conclui.
Fonte: G1

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Chopin sofria de alucinações induzidas por epilepsia?

Quer tenha sido estimulado por problemas físicos, ou pelo uso de drogas, o movimento romântico foi recheado de imaginações assustadoras


Wikimedia Commons

Quer tenha sido estimulado por problemas físico, ou pelo uso de drogas, o movimento romântico foi recheado de imaginações assustadoras – como aquelas pintadas por Francisco de Goya – e cenas fantásticas – como as descritas no “Kubla Khan” de Samuel Taylor Coleridge. Pelo menos um grande gênio da musica do período também pode ter sido influenciado por mais do que um mal-estar generalizado, afirmam os autores de um novo estudo publicado online no Medical Humanities

Considera-se que Frédéric Chopin, nascido na Polônia e morto em Paris, aos 39 anos, tenha sofrido de diversos problemas – tanto diagnosticados quanto não diagnosticados durante sua vida –, incluindo infecções pulmonares, febre frequente e possivelmente fibrose cística. Muitos especialistas especulam que sua “melancolia” era resultado de transtorno bipolar ou depressão. Dois pesquisadores espanhóis agora afirmam que o compositor do século 19 também pode ter sofrido uma forma de epilepsia. 

Embora ele não pareça ter tido convulsões que o debilitassem fisicamente, Chopin relatou ter alucinações visuais frequentes, mas passageiras, o que pode ter sido um indício de epilepsia do lobo temporal, concluem os co-autores do novo estudo, Manuel Vázquez Caruncho e Francisco Brañas Fernández, ambos do Complexo de Hospitais Xeral-Calde em Lugo, Espanha. 
Durante uma viagem a um monastério espanhol com sua amante George Sand, em 1838, Chopin parecia estar distraído com frequência, conforme ela recorda em suas memórias: “Para ele, o monastério estava cheio de terrores e fantasmas...Eu o encontrei, às dez da noite, pálido em frente a um piano, com olhos perturbados e seu cabelo eriçado”. Um estudante evocou uma situação parecida: “Com um grito, Chopin parou de tocar, seu cabelo arrepiado – o que eu até aquele momento tinha considerado impossível, agora via com meus próprios olhos. Mas isso durou apenas um momento.”
Em outra ocasião, Chopin, de uma hora para outra, foi embora de um concerto privado em agosto de 1848, durante o qual estava tocando sua Sonata em Si bemol menor. No mês seguinte, ele explicou o episódio em uma carta à filha de Sand: “Eu estava prestes a tocar a Marcha quando, de repente, eu vi saindo da tampa semi-aberta do meu piano aquelas criaturas malditas...eu tive que deixar o lugar por um tempo para me recompor”. 
Certamente, muitas doenças são conhecidas por induzir alucinações. No entanto, como apontam os autores do novo estudo, alucinações associadas à esquizofrenia, transtorno bipolar e outras doenças são frequentemente auditivas – mais do que visuais – em sua natureza. E, embora as percepções de aura induzidas por enxaqueca possam ser visuais, elas são muito mais comuns em pessoas com mais de 50 anos e duram de 15 a 30 minutos, além de serem seguidas por fortes dores de cabeça. Há registros de que Chopin consumiu pequenas quantidades de ópio (na forma de láudano) por orientação de seus médicos, mas, como Caruncho e Fernández observaram, as alucinações de Chopin começaram antes que ele começasse a tomar láudano. As alucinações induzidas por drogas também podem abarcar diferentes sentidos e, quando visuais, “as imagens são geralmente abstratas”, afirmam os autores
As alucinações epiléticas, por outro lado, podem ser complexas, isoladas e tipicamente tem duração de apenas minutos ou segundos. Esses breves momentos podem não ter sido percebidos ou não ter tido sua importância reconhecida pelos médicos de Chopin, especialmente porque “o entendimento em vigor sobre epilepsia é um desenvolvimento recente” e as testemunhas contemporâneas de Chopin “interpretavam esses episódios como expressão de uma alma sensível e extraordinária”, escrevem Caruncho e Fernández.
É claro que “não sabemos nada sobre seu estado neurológico físico, nem temos exames de imagem ou estudos eletrofisiológicos que poderiam nos ajudar a estabelecer um diagnostico definitivo”, escreveram os autores. Mas eles concluíram o trabalho com uma observação de esperança de que “saber que ele tinha essa condição poderia ajudar a separar a lenda romantizada da realidade.”
E, embora talvez nunca tenhamos certezas sobre o cérebro de Chopin, há a possibilidade de aprender mais pelo menos sobre sua genética e a saúde física de seu coração, que permanece preservado na Polônia.

Fonte: Scientific American Brasil