quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O que pode desencadear a epilepsia em crianças

O que faz com que uma criança tenha uma crise epilética? A epilepsia é uma doença neurológica que se deve a fatores hereditários, doenças infecciosas ou traumatismos cranianos. 
Qualquer convulsão na criança não pode ser considerada epilepsia, como pode acontecer com as convulsões febris. Diz-se que uma criança é epilética se sofre duas ou mais crises sem nenhum fator que a tenha desencadeado (como a febre), se perde a consciência ou sofre sacudidas musculares violentas. 

Que fatores podem desencadear a epilepsia infantil

A maior parte das crises que as crianças sofrem se inicia de forma espontânea, num momento em que nada parece indicar que tenha podido propiciar o ataque de epilepsia. Os fatores que podem desencadeá-la são: 
- Problemas do desenvolvimento cerebral durante a gravidez.
- Falta de oxigênio durante ou depois do parto. 
- Traumatismos cranioencefálicos.

- Tumores cerebrais (pouco habituais em crianças pequenas). 
- Encefalite ou meningite. 
- Antecedentes familiares. 
 Além disso, existem algumas circunstâncias que podem precipitar uma crise em crianças que já sofrem de epilepsia, por isso convém conhecê-las e evitá-las: 
- Não seguir o tratamento: a medicação deve ser tomada de forma regular e nos horários indicados. 
Febre: episódios de febre alta em crianças epiléticas podem desencadear ataques de epilepsia. 
- Estresse: época de muita ansiedade, cansaço, falta de sono e estresse incidem no aparecimento das crises. 
- Flashes luminosos: luzes intermitentes e flashes desencadeiam crises epiléticas nos pacientes nos que têm epilepsia fotossensível. 
- Falta de sono: a insônia ou a diminuição das horas de sono incide no aparecimento das crises epilépticas. 
Quais tratamentos existentes pra crianças com epilepsia?
Com os fármacos antiepiléticos de segunda geração se reduziu a taxa de pacientes com epilepsias não controladas. Estima-se que somente tenha evoluído entre 20 e 30%, de modo que ainda seja muito abundante a taxa de fármaco resistência (resistência aos medicamentos). Isso justifica o desenvolvimento e comercialização de outros fármacos, que constituem os fármacos antiepiléticos de terceira geração. 
Estes fármacos antiepilépticos são novas moléculas que não se parecem aos fármacos antiepiléticos de primeira e segunda geração (como lacosamide, retigabine, rufinamide, talampanel e perampanel), o que são análogos ou derivados dos fármacos antiepiléticos já existentes (como o acetato de eslicarbazepina e brivaracetam). 

Fonte: Guia Infantil







quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Justiça manda SUS fornecer neuroestimulador a paciente com epilepsia

A Justiça Federal mandou o SUS (Sistema Único de Saúde) fornecer um implante de neuroestimulador de nervo vago, com o objetivo de controlar crises convulsivas epiléticas de uma paciente com epilepsia. A decisão é da Quarta Turma do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que  confirmou decisão da Segunda Vara Federal em Campo Grande, que concedeu liminar.
Conforme o TRF3, o dispositivo, semelhante a um marcapasso, não é fornecido pela rede pública de saúde e é projetado para enviar pulsos elétricos regulares para o cérebro por meio de um fio conectado ao nervo vago no pescoço. 
O Estado do Mato Grosso do Sul, réu da ação assim como a União, recorreu da decisão favorável, alegando que a decisão pode causar dano de difícil reparação e ter efeito multiplicador, podendo causar problemas ao orçamento do Estado. Afirmou também que não há prova inequívoca da necessidade do implante, especialmente considerado o alto custo do aparelho, e que a paciente não corre risco de morte.
A paciente, por sua vez, respondeu que o fato de um medicamento ter custo elevado e a sua utilização não ser indicada pelo SUS não impede o seu fornecimento por qualquer dos entes federados. 
Afirmou também que o Estado não pode se furtar do fornecimento de medicamento vital pelo simples fato de não ter sido previamente inserido na lista de programa social, tampouco porque os remédios são caros ou não foram aprovados. Ela ressaltou ainda que, sem o implante, há risco de comprometimento drástico de seu estado de saúde.
O desembargador federal André Nabarrete, relator do acórdão, afirmou que, ficou demonstrada a necessidade de implante do neuroestimulador, conforme se constata dos relatórios médicos. Ele considerou correta a decisão de primeiro grau, pois “é dever do Estado a garantia do direito à saúde, inclusive com o fornecimento de remédios e tratamentos indispensáveis à manutenção da vida do paciente necessitado”.

Fonte: Midiamaxi

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Jovem é curado de epilepsia com ajuda de robô que mapeou seu cérebro

O jovem britânico Billy Whitaker, de 15 anos, passou por uma cirurgia que aparentemente deu fim aos ataques diários de epilepsia que ele sofreu durante 7 anos consecutivos. O procedimento foi realizado com a ajuda de um robô de US$ 2 milhões, no Hospital Infantil de Bristol.
A nova tecnologia, foi usada pela primeira vez em Billy pelo hospital, consiste em um conjunto de eletrodos extremamente sensíveis que são instalados no interior do cérebro do jovem; e então, o robô realiza uma série de incisões minúsculas, com perfurações de apenas 1 mm de espessura.
Com esses eletrodos, os médicos conseguiram identificar o ponto exato onde a falha ocorria no cérebro do jovem, além de mapear detalhadamente cada parte do órgão de Billy, ajudando os médicos a criarem um caminho até o ponto a ser tratado.

“Nós podemos usar o robô para definir trajetórias extremamente seguras e de alta precisão através do tecido cerebral, para que possamos implantar uma série de eletrodos através de pequenos buracos no crânico, com pequenas incisões de perfuração, diretamente nas áreas que queremos”, explicou o neurocirurgião Michael Carter, ao elogiar o novo equipamento.
Billy já havia passado por um procedimento como esse anteriormente, tendo uma porção de seu lobo temporal direito removida. Embora tenha sido bem sucedida, a operação só parou a epilepsia por um tempo: após um ano, o garoto voltou a sofrer com a doença - e os medicamentos utilizados para controlá-la não faziam mais efeito.
De acordo com o site SWNS, os especialistas esperam ter se livrado da doença de uma vez por todas com o novo procedimento. Billy afirma estar ansioso para voltar a praticar esportes e tirar sua carteira de motorista, coisas que são proibidas para pessoas com epilepsia. 


Fonte: Rede Tv Noticias




quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Criança usa capacete devido a crises e receberá remédio a base de canabidiol

José Bernardo da Silva Neto tem oito anos e foi diagnosticado com Síndrome de West e paralisia cerebral quando tinha poucos dias de vida. A família mora em Jupi, no Agreste, e a dona de casa Silvânia Oliveira, mãe do menino, optou por colocar um capacete no garoto para evitar sequelas na cabeça após as convulsões - que chegam a até 100 por dia. Para tratar a criança, a Justiça  Federal determinou que o governo  de Pernambuco forneça um medicamento a base de canabidiol.
O remédio é importado e o custo do tratamento para a família seria de R$ 33 mil por ano. "Senti alívio e a esperança renasceu quando soube que meu filho usaria o medicamento. Cada crise dele é como se fosse em mim", revela a mãe
De acordo com o Ministério da Saúde, a doença "é caracterizada por um tipo específico de crise epilética denominada espasmos epiléticos". Ao G1 a mãe da criança diz que "Bernardo chega a ter 100 crises por dia". Ela também é mãe de duas meninas, uma de seis e outra de dois anos. "Elas interagem muito com ele, brincam e fazem companhia", diz.
"Com poucos dias de vida eu percebi que Bernardo tinha algumas crises [epiléticas]. Nas ultrassonografias, o médico dizia que estava tudo bem, que o bebê era saudável. O problema veio quando forçaram o parto normal por muito tempo e só depois resolveram fazer a cesariana. A síndrome e a paralisia foram consequências desse erro. Ele ainda ficou 15 dias na incubadora e teve uma parada cardiorrespiratória", lembra Silvânia Oliveira. O menino não fala e começou a andar há pouco tempo, mas frequenta a escola regular e está no 3º ano do Ensino Fundamental.
Silvânia era agricultora, mas parou de trabalhar para dar mais assistência ao filho. O marido dela é agricultor e também vende doces. Ela diz que Bernardo tem crises epiléticas até quando dorme. Há espasmos em que ele pisca muito os olhos, em outros roda a cabeça sem controle ou cai e fica paralisado. Devido às quedas os dentes do menino são quebrados e a mãe optou por ele usar um capacete para não machucar a cabeça.

A dona de casa conta que começou a lutar pelo tratamento de José Bernardo quando o menino tinha oito meses. Um pediatra foi quem diagnosticou que a criança tinha crises convulsivas e, como na época não havia neuropediatra nas cidades mais próximas à Jupi, Silvânia decidiu procurar um especialista em Caruaru, também no Agreste. "Apesar do acompanhamento, as crises continuavam. Eu não percebia nenhuma melhora nele", diz.
José Bernardo começou um tratamento no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), em Recife, mas também não obteve o êxito esperado, segundo a mãe. Ela chegou a levá-lo para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, em São Paulo. Na unidade de saúde foi passada a dieta cetogênica para o menino. De acordo com Silvânia, o intuito era o de tratar a síndrome por meio deste método.
"Durante a dieta ele teve uma gripe e ficou dois dias sem abrir os olhos. O médico disse que era uma pneumonia grave por causa da dieta que era muito rigorosa", explica a mãe de José Bernardo. Segundo a Associação Brasileira de Epilepsia, a dieta cetogênica é terapêutica e calculada com base na altura, idade e peso da criança. "Quando ingerida permite uma incompleta queima das gorduras pelo fígado resultando em corpos cetônicos no sangue e urina", informa a associação

Depois deste tratamento, Silvânia Oliveira decidiu levar o filho para o neuropediatra Milton Garcia, em Garanhuns. Foi o médico quem deu toda a documentação comprovando a doença de Bernardo para que ela entrasse com o processo no MPF. "Ele me falou do remédio à base de canabidiol e eu comecei a correr atrás", diz.
Após o diagnóstico do médico, Silvânia solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização para a compra do medicamento e, em seguida, entrou com o processo no MPF para que o governo do estado custeasse o remédio. Como o medicamento vem dos Estados Unidos, a mãe de Bernardo teria que pagar cerca de R$ 20 mil por uma quantidade de remédio que duraria três meses.
"Quando Bernardo começar a usar o remédio, vou ter que enviar a cada três meses um laudo para a Anvisa para mostrar que o medicamento está funcionando nele. Esta é uma das normas para que eles autorizassem a utilização do remédio", conta a mãe.

O medicamento


O canabidiol é uma substância presente na Cannabis sativa, planta utilizada para a produção da maconha. "Apesar de usarem a Cannabis para produzir a maconha, o canabidiol não causa dependência na criança que faça uso do medicamento feito à base dele. Isso porque selecionam apenas os princípios ativos antiepiléticos presentes na planta para fazer o remédio", explica o neuropediatra Milton Garcia.

O especialista que diagnosticou a doença de José Bernardo ainda destaca que a Síndrome de West prejudica todo o desenvolvimento da criança. "É como se o cérebro trabalhasse atordoado o tempo todo. Então eles não conseguem aprender ou se desenvolver", diz.

Fonte: G1


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