quinta-feira, 28 de abril de 2016

Os animais que detectam câncer e avisam pacientes antes de convulsões

Um rato ou um pombo pode não ser a opção mais óbvia para indicar a alguém doente, mas tais criaturas possuem certas habilidades superiores que podem ajudar a diagnosticar e tratar doenças humanas.
 Embora tenham um cérebro menor do que a ponta do seu dedo indicador, pombos possuem uma memória visual impressionante.
 Provou-se recentemente que esses pássaros podem ser treinados para ser tão precisos como humanos na detecção de câncer de mama por meio de imagens.
 Conheça mais três amigos peludos ou emplumados que podem ter um impacto importante na medicina.

  De ratos de laboratório a ratos especialistas

 Ratos são frequentemente associados à difusão de doenças, mas esse roedor de cauda longa é um farejador sensível que pode salvar vidas.
 O nariz de um roedor possui até 1.000 tipos diferentes de receptores olfativos, enquanto humanos possuem apenas de 100 a 200 desses receptores. Isso dá a roedores como ratos a habilidade de farejar aromas sutis.
 Na África, ratos estão sendo usados para detectar casos de tuberculose.
 As habilidades de ratos gigantes africanos são estudadas na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo (Moçambique). Roedores treinados estão conseguindo detectar, em amostras humanas de muco, um cheiro específico produzido por bactérias da tuberculose.
 Quando ratos identificam o cheiro, eles param e esfregam as pernas para indicar que uma amostra está infectada.
 Tradicionalmente, técnicos de laboratório preparam lâminas e examinam cada amostra no microscópio. Analisar cem amostras levaria dois dias - tarefa que um rato cumpre em 20 minutos.
 Esse método de detecção é acessível e não depende de equipamentos sofisticados, normalmente escassos em países com alta prevalência de tuberculose.
 E é também mais preciso - os ratos são capazes de detectar mais infecções por tuberculose e, consequentemente, salvar mais vidas.

 Dr. Cachorro

 Os cachorros são tidos como o melhor amigo dos humanos - e ao longo dos anos provaram como podem ser habilidosos
 Recentemente, a atenção da medicina se voltou a cães que parecem ter a habilidade extraordinária de detectar quando pessoas com epilepsia estão prestes a ter uma convulsão - mesmo quando a própria pessoa não tem ideia disso
 Sally Burton começou a sofrer de epilepsia na infância, algo que afeta sua vida desde então.
 "Eu nunca podia ficar sozinha", conta ela. "Tive que estudar em casa, e fazer amigos e conhecer pessoas novas era difícil. Sentia-me muito só."
 Há 13 anos, ela ganhou Star, seu primeiro cão de alerta para convulsões.
 "Ter um cachorro como esse instantaneamente tornou minha vida mais acessível", diz Sally.
 "Uma das primeiras coisas que fiz quando tinha Star foi preparar uma xícara de chá, algo que não tinha conseguido fazer em 30 anos, por causa dos riscos de ter uma convulsão ao segurar água fervente. Depois passei a ir sozinha até a cidade, também pela primeira vez."
 Não se sabe ao certo como cães podem detectar uma convulsão. Suspeita-se que mudanças mínimas nos gestos e na postura da pessoa possam alertá-los. Outra hipótese é algum tipo de indicador no olfato ou na audição
 Após a morte de Star, Sally ganhou um novo cachorro, Robbie. Como Star, ele foi treinado pela Support Dogs, uma organização de assistência social britânica.
 A organização treina cães capazes de produzir sinais, como tocar permanentemente a perna de alguém, de 15 a 45 minutos antes que os donos tenham uma convulsão.
 Embora haja pouca evidência científica sobre a eficácia desse método, as observações práticas de cães como Robbie mostram resultados.
 "Quando estou na rua é reconfortante saber que Robbie me dará um aviso 100% confiável, cerca de 50 minutos antes de qualquer convulsão que venha a ter - o que me dá tempo para procurar um lugar seguro", afirma.

 Os segredos da baba da vaca

 Seja qual for a denominação, saliva pode ser visto como algo nojento. Mas muitos animais lambem suas feridas, aplicando boas porções dessa substância para tentar evitar infecções.
 A saliva no mundo animal pode ter propriedades antimicrobianas - e isso inclui a baba de vacas.
 Estudos mostraram que há proteínas nos fluidos corporais das vacas, incluindo saliva e leite, que possuem características antiparasíticas.
 A saliva também contém proteínas, chamadas mucinas, que podem atuar para evitar a entrada de mais bactérias em uma ferida.
 Especialistas não recomendam deixar um animal lamber suas feridas, pois poderiam introduzir outras bactérias nesses locais, mas se você não gosta da ideia, o seu próprio cuspe, felizmente, também tem propriedades antibacterianas.

Fonte: BBC Brasil







 

 






sexta-feira, 22 de abril de 2016

Encontro Conversando sobre a Epilepsia em Recife

A EPIBRASIL – Federação Brasileira de Epilepsia, entidade que congrega as associações de pessoas com epilepsia do Brasil, realizará evento em Recife para pessoas com epilepsia, familiares, amigos, profissionais e público em geral.
O Evento é parte das atividades do 36º Congresso da Liga Brasileira de Epilepsia. Acontecerá no dia 11 de junho de 2016, no Mercure Recife Mar Hotel, das 8 às 13 horas. É aberto a todos os interessados. As inscrições, podem ser feitas no site, ao custo de 50,00.

 Mais informações entre em contato com: Valquíria Ferreira valquiriagfsilva@yahoo.com.br  / 47-99798592/ 47 - 3466-7307  ou com
  Carolina Doretto carol-mbr1@hotmail.com / 31-99718-4508 / 31- 3622-8140.
Título do evento: Conversando sobre Epilepsia

Orientações a pessoas com epilepsia e familiares para uma vida melhor.
 Data: 11/06/2016
Local: Mercure Recife Mar Hotel
Horário: das 8 às 13 horas
 PROGRAMAÇÃO

8h – Credenciamento

8h20 – Abertura

8h30 - 9:30h – Mesa 1: Conceitos gerais sobre a Epilepsia
O que é epilepsia e aspectos sociais. Palestrante: Dra. Luciana Valença
Tratamento medicamentoso, cirurgia e canabidiol. Palestrante: Dr. Wagner Teixeira
 Debate: Dra. Luciana Valença, Dr. Wagner Teixeira, Dr. Carlos Silvado
 9h30 às 10h – Intervalo para o Coffe break
 10h - 12h– Mesa 2: A epilepsia na atualidade.
 Debatedores:
 Liga Brasileira de Epilepsia
Ministério Público do estado de Rondônia – Dr. Edmilson Fonseca
ABE – Associação Brasileira de Epilepsia
ASPE – Assistência à Saúde de Pessoas com Epilepsia
Purple Day Brasil – Eduardo Caminada Júnior
EpiBrasil – Dra. Maria Carolina Doretto
 12h - Depoimento: O que fiz para conviver bem com a epilepsia. Valquíria Ferreira
 13h - Encerramento

 

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Epilepsia na gravidez

Especialista explica como mulheres que têm a doença devem proceder durante a gestação.
A gravidez é um momento delicado na vida da mulher. É preciso realizar diversos exames e evitar alguns remédios. Um estudo realizado pelo Hospital de Belfast, na Irlanda do Norte, mostra que as gestantes que usam medicamentos para amenizar o ataque epilético podem aumentar o risco de defeitos congênitos na criança.
Foram estudadas mulheres que engravidaram enquanto tomavam o topiramato – anticonvulsivante - sozinho ou com outros remédios. De 178 bebês, 16 apresentaram defeitos congênitos. Quatro deles tiveram fissura do céu da boca e no lábio superior. Foram detectados também quatro bebês masculinos com problemas nas genitais.

O estudo mostrou, ainda, que as mulheres que tomam o topiramato junto com o ácido valpróico – outro remédio para combater a epilepsia – têm mais chances de desenvolverem bebês com algum tipo de problema do que as mulheres que usam o topiramato com outra droga que controle a doença.

Segundo Ana Paula Santiago, ginecologista do Hospital e Maternidade São Camilo (SP), o topiramato ainda está sendo estudado. “Este é um medicamento novo. Mas já sabemos que o ácido valpróico, por exemplo, diminui a absorção do ácido fólico, que leva ao risco do desenvolvimento de problemas na criança”, diz.

As mulheres que têm epilepsia devem programar bem a gravidez, tomar ácido fólico três meses antes e três meses depois de engravidar e conversar com o médico para, se possível, tomar medicamentos que controlem a doença, mas não contenham o ácido valpróico nem o topiramato. 

Fonte: Revista Crescer

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Epilepsia: adaptação individual dos pais

O confronto com o diagnóstico de uma condição de saúde como a epilepsia constitui, para a generalidade dos pais, um momento de crise, desencadeando emoções difíceis de gerir, como a injustiça, a culpabilidade, o ressentimento crônico, a incerteza ou a ansiedade. Ao mesmo tempo, marca o início de um (longo) processo de reorganização e acomodação à “perda do filho perfeito”.
 Dados de investigação são consistentes ao afirmar que pais de crianças com epilepsia encontram-se sujeitos a níveis elevados de desgaste físico e psicológico. Para além das tarefas habituais associadas à parentalidade, estes pais vêm-se investidos de responsabilidades acrescidas ao nível da monitorização diária da condição de saúde dos filhos, registro e gestão das crises, identificação e gestão de eventuais efeitos secundários da medicação e articulação com os serviços médicos e educacionais.
 A imprevisibilidade e incerteza em torno das manifestações sintomáticas da condição de saúde dos filhos são geradoras de um extenso leque de medos e preocupações. Entre estes, destacam-se o eventual impacto negativo das crises e da medicação em dimensões do desenvolvimento e comportamento da criança (e.g. linguagem, coordenação motora, comportamento, auto-estima, capacidade intelectual), a possibilidade do filho ser alvo de discriminação e estigma, falecer ou de sofrer danos físicos no decurso de uma crise, o ajustamento dos filhos na escola ou o impacto da doença nas relações familiares. Sentimentos de desesperança e incompetência podem surgir resultado da incapacidade para controlar as crises, no caso das epilepsias mais severas, aumentando o nível de stresse vivido. Contudo, os dados referentes ao acréscimo nos níveis de stresse parental entre pais com filhos com epilepsia não são consensuais. Modi, ao comparar dois grupos de mães com filhos com e sem diagnóstico recente de epilepsia, ambos provenientes de agregados com baixos recursos econômicos, não detectou diferenças significativas ao nível do stresse parental relativo à condição de saúde. Constituem fatores de risco para o stresse parental e desajustamento psicológico a presença de graves problemas de aprendizagem, deficit intelectual ou problemas emocionais na criança. À medida que aumenta o tempo desde o diagnóstico, os níveis de stresse relatados pelos pais tendem a decrescer, embora persistam superiores aos verificados nas famílias sem filhos com esta condição de saúde. Numa outra linha de investigação, e uma vez que existem certos tipos de epilepsia de expressão sintomática predominantemente noturna/induzida pelo sono, têm-se investigado os padrões de sono dos pais, sendo que os estudos não são consensuais. Alguns estudos registram a ocorrência de alterações significativas na quantidade e qualidade de sono das mães, designadamente mudanças para formatos menos autônomos de rotinas de sono após o início das crises, ao passo que outros não detetam alterações significativas. Trata-se de um dado importante, em face da associação largamente verificada entre problemas de sono e sintomatologia depressiva.
 São as mães quem mais frequentemente protagoniza os cuidados de saúde prestados aos filhos. Enquanto grupo, e quando comparadas com os pais, as mães de crianças com epilepsia tendem a evidenciar níveis superiores de preocupação, a perspetivarem os filhos como mais vulneráveis e a referirem maiores e mais prolongadas necessidades de apoio. Estas diferenças entre pais e mães são mais pronunciadas nos casos de epilepsias refratárias. Estudos recentes referem que entre 30 a 50% das mães confrontadas com um diagnóstico de epilepsia nos filhos encontram-se em risco desenvolver uma perturbação depressiva, uma proporção significativamente superior à apresentada por mães de crianças da população geral. O mesmo se verifica em relação à presença de sinais de ansiedade clinicamente significativos. Entre os fatores passíveis de funcionar como de risco para a adaptação materna destacam-se a presença de problemas emocionais ou de aprendizagem na criança, níveis inferiores de satisfação com as relações familiares e níveis elevados de desesperança.

Fonte: Scientific Electronic Library Online

quinta-feira, 7 de abril de 2016

CFM desconsidera liberação da Anvisa para importar maconha medicinal

Autarquia avisa a médicos que continua valendo avaliação de 2014, do próprio conselho.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) distribuiu aos médicos do país um informe segundo o qual os profissionais de saúde não devem levar em conta a Resolução 66/2016, na qual a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza a prescrição e a importação, para uso individual e medicinal, de produtos que contenham canabidiol (CBD) ou tetrahidrocanabinol (THC), substâncias encontradas na maconha.
 De acordo com o informe do órgão que normatiza e fiscaliza a prática médica, continua valendo a resolução 2113/2014, do próprio CFM, que "determina o uso compassivo do canabidiol para o tratamento de epilepsias da criança e do adolescente refratárias aos tratamentos convencionais". Segundo o conselho, "não há estudos científicos válidos que comprovem a eficácia e a segurança desses fármacos no tratamento de doenças, sendo que esses critérios devem ser observados com rigor ao discutir sua prescrição e comercialização sob o risco de expor pacientes a efeitos adversos".
 Na resolução publicada no último dia 21 de março no Diário Oficial da União (DOU), a Anvisa informou que a medida foi tomada em obediência a uma decisão judicial de novembro, quando a Justiça Federal determinou que o órgão, vinculado ao Ministério da Saúde, retirasse da lista de substâncias proibidas o THC, composto psicoativo da maconha. Até então, A Anvisa só permitia a importação de medicamentos derivados da maconha cuja concentração de canabidiol fosse superior à de THC. O pedido para a liberação do THC partiu de uma ação do Ministério Público.
 Na mesma decisão, a Justiça determinou o início de pesquisas científicas para avaliar segurança, eficácia e qualidade do uso medicinal da cannabis. Países como Chile, EUA e Canadá já reconhecem, baseados em estudos científicos, as qualidades terapêuticas da maconha. O Chile inaugurou em janeiro deste ano a maior plantação de maconha legal da América Latina, para atender a pacientes de doenças como câncer, epilepsia e mal de Parkinson.
 Entretanto, a própria Anvisa divulgou um comunicado, no mesmo dia da publicação da resolução, informando que "diante dos problemas que a decisão possa acarretar, uma vez que tanto o canabidiol quanto o THC não possuem registros no Brasil e, portanto, não têm sua segurança e eficácia comprovadas, a Anvisa está adotando as medidas judiciais cabíveis para derrubar a ação".
Ainda de acordo com a Anvisa, muitos produtos à base de canabidiol e THC não são registrados como medicamentos em seus países de origem e, portanto, não foram avaliados por qualquer autoridade sanitária competente. "Assim sendo, não é possível garantir a dosagem adequada e a ausência de contaminantes e tampouco prever os possíveis efeitos adversos".
 O órgão ressalta que, desde 2014, vem liberando importação de produtos com canabidiol para casos excepcionais. Em agosto de 2015, a Anvisa passou a autorizar a compra não só para pacientes com epilepsia, mas para patologias como dores crônicas e mal de Parkinson. Das 1449 solicitações recebidas desde 2014 até hoje, a agência autorizou 1.279 pedidos.
 De acordo com a última resolução da Anvisa, os medicamentos contendo as substâncias deverão ser importados em caráter de excepcionalidade por pessoa física, para uso próprio, para tratamento de saúde, mediante prescrição médica

Fonte: O Globo