Há cerca de uma semana, uma carta do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) mudou a vida de uma família, em São Gonçalo. A
correspondência caiu como uma “Bomba” para dona de casa Roseli da
Conceição, de 57 anos, que cuida da neta Beatriz Saraiva Pegoraro, a
Bia, de 12, que vive presa a uma cama por conta de doenças físicas e
mentais. A notícia que a carta trouxe para Roseli informou a suspensão
do auxílio-doença de Bia, e, como se não bastasse, o órgão ainda exige a
devolução dos valores já pagos, o que quase chega ao valor de R$ 50
mil, até o dia 10 de novembro deste ano.
“O último pagamento da Bia foi em agosto e, a partir desse mês, não
vamos mais receber nada. Minha filha chegou a ir lá, levando todos os
laudos para mostrar que minha neta precisa do benefício, mas eles só
fizeram agendamento para 20 de fevereiro de 2019”, lamentou.
Beatriz Saraiva sofre de uma doença rara chamada Síndrome de Dandy
Walker, que consiste em uma malformação cerebral congênita, o que causa
fraqueza e movimentos descoordenados.
Além disso, Bia tem Epilepsia Mioclônica Juvenil, considerada de
difícil controle, e o que causa constantes convulsões. Ela também tem
Hidrocefalia, desvio de coluna e problemas causados pelas próprias
medicações usadas no tratamento. Tudo isso comprovado em laudos médicos.
Mas agora sem o benefício do INSS, a avó da Bia não sabe como vai
continuar para manter o tratamento da menina.
“Minha neta tem convulsões que duram três minutos e acontecem a cada
10. E tem todos os dias. Nós não sabemos o que vamos fazer para comprar
os remédios dela porque são muito caros ,e todo mundo na minha casa faz
‘bicos’. Eu não posso e nem tenho como trabalhar também para cuidar
dela. Meu sentimento é de injustiça”, disse.
Órgão alega irregularidades mas diz que cabe recurso administrativo
O INSS informou que o benefício foi suspenso porque foram
identificadas irregularidades em vários períodos durante sua concessão,
inclusive o recebimento de auxílio-desemprego de um dos integrantes da
família, configurando assim, segundo o órgão, que a renda familiar per
capita superou o limite exigido por decreto. O órgão esclareceu, no
entanto, que cabe recurso administrativo.
“Para tanto, basta a família da segurada realizar agendamento, por meio do telefone 135 ou pelo site meu.inss.gov.br, solicitando entrada em recurso”, disse o INSS em nota.
Para Roseli, a alegação é revoltante.
“A mãe da Bia trabalhou durante três anos mas foi mandada embora e
deu entrada no auxílio-desemprego, um direito dela. Além de não dar para
manter a minha neta com um salário mínimo, ela só vai receber cinco
parcelas. Só quem tem uma criança especial sabe o que estou passando”,
justificou a avó de Bia.
Fonte: O São Gonçalo
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