quinta-feira, 21 de março de 2024

Campanha “Março Roxo” de conscientização sobre direitos de pessoas com epilepsia é tema da Tribuna Livre

A Tribuna Livre da Câmara Municipal de Americana foi utilizada durante a sessão ordinária desta terça-feira (5) pela neuropsicóloga e fundadora do Movimento de Apoio à Pessoa com Epilepsia (MAPE Americana), Veviane Spergue, para falar sobre a campanha “Março Roxo” de conscientização e defesa dos direitos das pessoas com epilepsia.

A Câmara apoia oficialmente a campanha em atendimento à lei municipal nº 6.398/2020, de autoria do presidente da Casa, vereador Thiago Brochi, que incluiu o Março Roxo no calendário oficial de eventos do município. Como parte das ações de apoio à campanha, o legislativo americanense distribuiu laços roxos e panfletos com informações sobre o tema a funcionários e vereadores e adotou uma decoração temática na cor roxa na fachada do prédio e na Mesa Diretora do Plenário Dr. Antônio Álvares Lobo.

Durante seu discurso, a profissional explicou que a doença não afeta apenas os pacientes, mas também todo seu círculo social. “Eu reforço que precisamos levar em consideração que os familiares são muito afetados pelo problema, ainda mais quando ocorrem as crises. Muitas vezes os casos de surto existem porque não há administração correta de medicamentos, muitos não recebem tratamento adequado, e falta essa fiscalização”, disse.

Veviane apresentou ainda um vídeo do médico Ley Sander, que trabalha há 40 anos na área e atualmente é chefe do serviço de epilepsia do hospital nacional de Londres. “Cerca de 2% da população tem epilepsia, mas é uma condição que afeta as pessoas que estão ao redor. Esse é um assunto muito estigmatizado, então é muito importante essa ação de conscientização da Câmara”, apontou.

Durante o uso da palavra, o vereador Vagner Malheiros (PSDB) perguntou sobre o atendimento para pacientes na rede municipal de saúde. “Após as normativas sancionadas, nós tivemos avanço no fornecimento de medicamentos. São mais de três milhões de brasileiros afetados, que correm risco de traumas graves no rosto e na cabeça se não houver a medicação”, explicou Veviane.

A vereadora Leonora Périco (PDT) comentou sobre as dificuldades encontradas nas unidades de saúde. “Existe dificuldade de medicação em nível estadual e na disponibilidade de médicos para que os pacientes tenham a receita, por isso é fundamental que exista esse trabalho de conscientização”, comentou a parlamentar.

Ao final da tribuna, o presidente da Câmara Municipal de Americana, vereador Thiago Brochi (sem partido), parabenizou o trabalho da profissional. “Falta muita conscientização sobre o tema e eu vejo a importância de abrirmos a câmara para discutimos esse assunto. Nós temos a lei municipal e essa belíssima luta que você desenvolve aqui na cidade”, concluiu.

Veviane encerrou sua fala convidando vereadores e população para o Março Roxo 2024, que será realizado no dia 30 de março, às 08 horas, no Jardim Botânico de Americana. O evento contará com ações de conscientização sobre o tema.

Epilepsia – Informações complementares

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que a doença atinge mais de 50 milhões de pessoas no mundo e cerca de três milhões de brasileiros. Apesar da maioria das pessoas – cerca de 70% - apresentarem formas benignas, que serão tratadas e controladas apenas com um tipo de medicação (assim como diabetes e hipertensão arterial), ainda há muito sofrimento perante o impacto do diagnóstico e suas consequências.

Segundo informações do Ministério da Saúde, a epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Se ficarem restritos, a crise será chamada parcial; se envolverem os dois hemisférios cerebrais, generalizada. Por isso, algumas pessoas podem ter sintomas mais ou menos evidentes de epilepsia, não significando que o problema tenha menos importância se a crise for menos aparente.

Sintomas

Em crises de ausência, a pessoa apenas apresenta-se “desligada” por alguns instantes, podendo retomar o que estava fazendo em seguida. Em crises parciais simples, o paciente experimenta sensações estranhas, como distorções de percepção ou movimentos descontrolados de uma parte do corpo. Ele pode sentir um medo repentino, um desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente. Se, além disso, perder a consciência, a crise será chamada de parcial complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Tranquilize-a e leve-a para casa se achar necessário. Em crises tônico-clônicas, o paciente primeiro perde a consciência e cai, ficando com o corpo rígido; depois, as extremidades do corpo tremem e contraem-se. Existem, ainda, vários outros tipos de crises. Quando elas duram mais de 30 minutos sem que a pessoa recupere a consciência, são perigosas, podendo prejudicar as funções cerebrais.

Causas

Muitas vezes, a causa é desconhecida, mas pode ter origem em ferimentos sofridos na cabeça, recentemente ou não. Traumas na hora do parto, abuso de álcool e drogas, tumores e outras doenças neurológicas também facilitam o aparecimento da epilepsia.



Fonte: Tribuna Livre 
 

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