sábado, 24 de janeiro de 2015

Uma etapa vencida, diz mãe de menino que precisa de canabidiol

Obtenção do medicamento derivado da maconha será facilitada no país. Garoto de Sorocaba (SP) havia conseguido liminar para fazer o tratamento.

Bernardo e a mãe Susicler, em Sorocaba (SP) (Foto: Arquivo pessoal / Susicler Betega)Bernardo e a mãe Susicler, em Sorocaba (SP)
A família do menino Bernardo Betega de Assis, de 7 anos, diagnosticado com um grave tipo de epilepsia, comemorou a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que retirou o canabidiol da lista de substâncias de uso proibido. A decisão foi tomada pela Vara da Infância e Juventude da cidade, determinando que o governo estadual pague o tratamento do garoto a base do medicamento em Sorocaba(SP), o primeiro registro de liminar deste tipo na cidade. “É mais uma etapa vencida. Fico feliz por saber que as pessoas estão vencendo o preconceito e se atualizando. Canabidiol não é maconha, é droga”, disse ao G1 a mãe de Bernardo, Susicler de Fátima Betega, naquinta-feira (15).
A decisão da Anvisa foi divulgada na quarta-feira dia 14 durante uma reunião em Brasília. Com ela, abre-se o caminho para que a comercialização de medicamentos com a substância seja facilitada no país. Antes, a venda do produto com a substância, classificada como proibida, era vetada. Agora, as empresas interessadas poderão produzir e vender derivados de canabidiol após a obtenção de um registro da Anvisa.
Para Susicler, a liberação da venda do medicamento pode melhorar a qualidade de vida de crianças e adultos com patologias como a de Bernardo, que foi diagnóstica com um tipo grave de epilepsia ainda pequeno. Segundo ela, o filho possui atrasos no desenvolvimento neurológico. “Algumas crises acabam nem sendo percebidas, porque por fora parece que nada está acontecendo. Isto acaba prejudicando o cérebro dele. Bernardo também tem hematomas pelo corpo porque cai devido aos espasmos. “Esta é a última esperança que a gente tem para amenizar as crises dele.”
De acordo com a mãe, o tratamento ainda não teve início, apesar da liminar aprovada tenha sido expedida no mês de dezembro. “Acredito que os feriados de final de ano, enquanto o Fórum permaneceu fechado, possa ter esticado o prazo. Esta semana vou procurar me informar melhor sobre isto”, relata.
Bernardo foi diagnosticado com epilepsia ainda criança (Foto: Arquivo pessoal / Susicler Betega)Bernardo foi diagnosticado com epilepsia ainda
criança 
A dona de casa recebeu com alegria a conquista do filho na Justiça e aguarda ansiosamente pela entrega dos remédios. Susicler afirma que não tem condições de comprar a medicação, já que os gastos, segundo ela, não sairiam por menos de R$ 3 mil por mês no começo do tratamento. “Só o fato de saber que passamos por essa etapa já me deixa feliz. Esta é a última esperança que a gente tem para amenizar as crises dele.”
O fornecimento será de responsabilidade do governo do Estado de São Paulo. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde confirmou a notificação e afirmou que no dia 12 de dezembro solicitou à Justiça a prescrição médica, o que deve ser realizado e entregue nos próximos dias. “Vale lembrar que por se tratar de medicamento importado e sem registro na Anvisa, o processo de aquisição requer o cumprimento de uma série de etapas para viabilizar a compra, como desembaraço alfandegário por parte da Receita Federal, entre outras”, conclui.
Fonte: G1

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