quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

UFG e ABE estabelecem parceria para aplicar protocolo de primeiros socorros em casos de crise convulsiva em estudantes da universidade

Parceria entre a Associação Brasileira de Epilepsia e Universidade Federal de Goiás, traz protocolo C.A.L.M.A, iniciativa pioneira para realizar primeiros socorros quando um estudante tiver uma crise convulsiva

A Epilepsia é uma doença neurológica grave que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta aproximadamente 1% da população mundial. A Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) e a Universidade Federal de Goiás (UFG) uniram forças com o objetivo de alertar a população, incluindo os estudantes, docentes e técnicos administrativos, sobre como agir em caso de crises, melhorando a qualidade de vida e segurança de pessoas que têm a doença.

A UFG implementou o C.A.L.M.A, um protocolo elaborado pela ABE, que consiste em cinco passos fundamentais para apoio em primeiros socorros na crise convulsiva. São eles:

1 – COLOQUE a pessoa de lado, com a cabeça elevada para que não se sufoque com a saliva;

2 – APOIE a cabeça da pessoa para proteção em algo macio (ex: mochilas, blusas, jalecos);

3 – LOCALIZE objetos que possam machucar a pessoa e afaste-os (ex: óculos, correntes, móveis e roupas apertadas);

4 – MONITORE o tempo. Caso a crise dure mais que 5 minutos ou acontecer outra logo após a primeira, ligue para o SAMU (192);

5 – ACOMPANHE a pessoa até ela acordar. Em caso de ferimentos ou caso seja a primeira crise, ligue para o SAMU (192)

A ação foi iniciada pela professora do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, Aline Priscila Pansani, que possui um projeto de extensão relacionado à epilepsia na universidade e é pesquisadora do assunto, além de também ser Embaixadora da ABE em Goiás. A proposta foi apresentada à Pró-reitoria de Graduação (Prograd-UFG), que acolheu a inciativa. Como produto deste diálogo, foi elaborada uma Nota Técnica pelos coordenadores do projeto de extensão, a Prograd e a ABE, dando informações sobre a doença e seus impactos no ambiente acadêmico, além de disponibilizar um fluxograma sobre como agir em caso de crise na Universidade, bem como as orientações do protocolo C.A.L.M.A.

A medida foi bem aceita pela comunidade acadêmica e alguns alunos com epilepsia da Universidade relataram se sentirem mais seguros e acolhidos. A Prograd também está em movimentação para tentar incluir no formulário de matrícula um campo para o aluno informar que tem a doença. Segundo a Profª. Aline Pansani, o objetivo é que haja pelo menos uma pessoa em sala de aula que esteja apta a aplicar os primeiros socorros na crise convulsiva, sendo importante que a coordenação do curso e os professores tenham essa informação e o devido treinamento, uma medida que salva vidas. Em uma palestra realizada na semana de planejamento da UFG, a Profª. Aline explicou como a epilepsia pode impactar no ambiente acadêmico e como a universidade pode melhorar a acolhida desse aluno.

A epilepsia tem várias causas, desde lesões cerebrais adquiridas a questões genéticas ou não identificadas. Dentre as principais, estão tumores cerebrais, traumatismo craniano, mutações genéticas, malformações cerebrais e acidente vascular cerebral.

“Sabemos a importância de pessoas bem orientadas próximas para uma eventual crise e queremos instruí-las ao máximo. Isso é fundamental para aumentar a segurança de alguém que possui epilepsia. Estamos felizes em apoiar a Universidade Federal de Goiás nesse projeto”, comenta o Dr. Lécio Figueira, neurologista e Vice-presidente da Associação Brasileira de Epilepsia.

Como uma crise acontece

Existem fatores que funcionam como gatilhos e que podem facilitar ou causar a ocorrência das crises epilépticas. Cada indivíduo e tipo de epilepsia pode ter um gatilho específico. Uso irregular do medicamento anticrise, ansiedade, estresse e privação do sono são alguns exemplos. Controlar as crises é fundamental, pois elas podem aumentar o risco de morte e acidentes.

“Consideramos o impacto que alunos com epilepsia podem sofrer nas atividades acadêmicas e, obviamente, na segurança, e sabemos que crises, em sua grande parte, podem ser evitadas. Contudo, queremos que nossos alunos estejam orientados para uma eventual emergência, tanto dentro como fora da universidade”, destaca a Pró-Reitora Adjunta de Graduação da UFG, Profª Heliny Carneiro Cunha Neves.

Embora a doença não tenha cura, a epilepsia pode ser controlada e as chances de crise serem reduzidas. É de extrema importância o acompanhamento médico frequente para um tratamento correto.

Para conferir o protocolo na integra, basta clicar: https://prograd.ufg.br/p/47651-protocolo-crises-epilepticas



Fonte: Jornal Tribuna 
 

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