quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Remédio contra epilepsia pode prevenir contra apneia do sono, indica estudo


 Quem tem apneia do sono pode roncar alto, ter interrupções na respiração enquanto dorme e acordar várias vezes ao longo da noite. Mas isso pode ser evitado com um medicamento para epilepsia, segundo um estudo apresentado em 10 de setembro no Congresso da Sociedade Respiratória Europeia em Viena, na Áustria.

A pesquisa foi realizada em 300 pacientes com apneia obstrutiva do sono em cinco países: Bélgica, República Tcheca, França, Alemanha e Espanha. Esses indivíduos não usavam máquinas de ventilação Cpap, que transmitem ar através de uma máscara, ajudando a manter as vias aéreas abertas durante o descanso.

“O tratamento padrão para a apneia obstrutiva do sono é dormir com máquina que sopra ar por meio de uma máscara facial para manter as vias aéreas abertas", explica Jan Hedner, do Hospital Universitário Sahlgrenska e da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, ao site britânico The Guardian.

Segundo o médico, muitas pessoas consideram as máquinas Cpap difíceis de usar a longo prazo, por isso, há necessidade de encontrar tratamentos alternativos. Pensando nisso, os pesquisadores dividiram os participantes do estudo em quatro grupos, cada um dos quais recebeu uma dosagem específica do medicamento sultiame ou um placebo.

Então, a pesquisa mediu respiração, níveis de oxigênio, o ritmo cardíaco, os movimentos oculares e a atividade cerebral e muscular durante o sono nos pacientes, em um intervalo de quatro semanas e após 12 semanas.

Assim, foi observado que aqueles que tomaram o medicamento vivenciaram até 50% menos ocasiões em que a respiração parou e tiveram níveis mais altos de oxigênio no sangue enquanto dormiam. As doses maiores de sultiame refletiram consequentemente efeitos mais marcantes.

Apesar dos resultados, os pesquisadores ressalvam que ainda devem ser feitos estudos sobre os benefícios a longo prazo do medicamento. Também precisam ser averiguados efeitos colaterais e se há pacientes específicos que se beneficiam do tratamento.



Revista Galileu 


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