quinta-feira, 27 de abril de 2017

Cerca de 5% da população terá ao menos uma crise epiletica na vida

A epilepsia é uma doença que gera muitas inseguranças por parte de pacientes e familiares, principalmente, pela ocorrência de  crises epiléticas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 5% da população terá ao menos uma crise epiléptica na vida. Nesse sentido, a informação e o conhecimento são fundamentais para lidar melhor com a enfermidade.
A epilepsia é definida como uma doença cerebral crônica caracterizada pela predisposição duradoura a crises epilépticas e suas consequências neurobiológicas, sociais e cognitivas. É preciso entender o que isso significa na prática para um melhor convívio com a doença.
A neurologista Dra. Maria Luiza Manreza dá recomendações que podem contribuir com a qualidade de vida dos pacientes:
Não deixe ser uma barreira –  Doenças crônicas como a epilepsia podem parecer um fardo, mas, na maioria das vezes, o paciente tem condições de levar uma vida normal com o tratamento adequado e conhecimento sobre sua condição.
“É compreensível  que exista uma preocupação em relação à epilepsia, mas que não deve  impactar no convívio do paciente consigo mesmo e com as pessoas que estão à sua  volta. Existem tratamentos eficientes para o controle das crises e suas manifestações e o cuidado e compreensão de pessoas próximas é muito importante”,afirma a doutora.
Confie no tratamento – De acordo com a Liga Brasileira de Epilepsia (LBE), o uso regular de uma ou duas medicações, a maioria delas distribuídas gratuitamente na rede pública, é capaz de controlar adequadamente as crises epilépticas em 70% dos casos. Pessoas com epilepsia  devem estar inseridas na sociedade, ou seja, devem trabalhar, estudar, praticar esportes e se divertir.
Independentemente da doença por vezes demandar tratamento prolongado até mesmo por toda a vida, é importante confiar na orientação proposta pelo médico e na possibilidade de levar uma vida como qualquer outro. A pessoa com epilepsia não deve cultivar pensamentos negativos em relação à doença, pois isto contribui negativamente, favorecendo a exclusão social, a insegurança e a baixa autoestima.
Conheça a fundo – Caminhar em direção ao conhecimento  e ao acolhimento dos pacientes é uma atitude importante que deve ser tomada pela sociedade em geral. Uma visão mais ampla e clara sobre o outro e suas particularidades facilita a aceitação e reforça o respeito que deve existir entre as partes, promovendo um ambiente com menos preconceitos e estigmas.
Fonte: Maxpress

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Sobrepeso na gravidez está associado a maior risco de epilepsia, diz estudo

A obesidade e o sobrepeso durante o primeiro trimestre de gravidez estão associados a um maior risco de ter uma criança com epilepsia, disseram pesquisadores segunda-feira (3 de abril).
O estudo foi baseado em dados de 1,4 milhão de crianças na Suécia, e foi publicado na revista Journal of the American Medical Association (JAMA) Neurology.
O aumento do risco de epilepsia em uma criança é proporcional a quão acima do peso a mãe estava no início da gravidez, segundo a pesquisa liderada por Neda Razaz, do Instituto Karolinska em Estocolmo, na Suécia.
"O risco de epilepsia aumentou 11% em crianças de mães com excesso de peso" cujo índice de massa corporal (IMC) estava entre 25 e 30, disse o estudo, que constatou que, das 1,4 milhão de crianças nascidas entre 1997 e 2011 na Suécia, 0,5% (7.592 crianças) foram diagnosticadas com epilepsia até 2012.
O IMC é calculado dividindo o peso (em quilogramas) pela altura (em centímetros) elevada ao quadrado. As pessoas que têm essa taxa entre 18,5 e 24,9 são consideradas dentro do peso ideal.
Mulheres que eram obesas, com um IMC de 30 a 35, tiveram um aumento de 20% no risco de ter um filho com epilepsia em comparação às mães com o peso normal.


Para as mulheres com um IMC de 35 a 40 o risco aumentou 30%, e para as grávidas com obesidade mórbida o risco era 82% mais elevado do que o das mães que estavam dentro do peso recomendado.
Risco alto de epilepsia
O estudo, baseado em questionários, não se aprofundou nas causas do risco aparentemente mais alto de epilepsia, que podem incluir fatores genéticos e ambientais.
Os pesquisadores acreditam que o excesso de peso ou a obesidade durante a gravidez podem levar a um maior risco de lesão cerebral em bebês, ou que a inflamação induzida por obesidade pode afetar o neurodesenvolvimento.
"Visto que o sobrepeso e a obesidade são fatores de risco potencialmente modificáveis, a prevenção da obesidade em mulheres em idade reprodutiva pode ser uma importante estratégia de saúde pública para reduzir a incidência de epilepsia", disse o estudo.
Uma pesquisa feita na Dinamarca e publicada no ano passado pela Academia Americana de Pediatria descobriu que quando as mulheres tinham um IMC mais alto antes de engravidar, os seus filhos enfrentavam um maior risco de paralisia cerebral.

Fonte: N10 UOL



quinta-feira, 13 de abril de 2017

Hospital Universitário irá oferecer exames de alta complexidade a pacientes com epilepsia

Semana passada foi realizada a assinatura do Termo de Compromisso de Convênio entre a Secretaria de Saúde e a Universidade Federal de Santa Catarina para a reativação do serviço de Neurofisiologia do Hospital Universitário (HU), responsável pelo tratamento de pacientes com epilespia. A partir da reforma da unidade, que deve ser concluída até o segundo semestre, o HU começa a oferecer exames de alta complexidade aos pacientes com epilepsia. 

Atualmente, mais de 120 pacientes com epilepsias de difícil controle são atendidos mensalmente no ambulatório do HU. Eles vêm de várias partes do Estado e aguardam o exame de vídeo eletroencefalograma (vídeo EEG). Com a reforma, a unidade será a única de Santa Catarina a oferecer esse exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A professora-adjunta e chefe do serviço de Neurologia do Hospital Universitário da UFSC, Katia Lin, explica que são poucos os centros no país que oferecem esse tipo de avaliação especializada para a cirurgia de epilespsia:

— Nossa equipe conseguiu através de verba de pesquisa R$ 4 milhões em equipamentos. Eles estão há dois anos dentro de caixas aguardando a reforma. Então já temos equipamentos, recursos humanos, só falta a reforma da unidade _ destaca.

Ela diz que há quatro anos, a cirurgia aos pacientes com epilepsia era feita no Hospital Governador Celso Ramos, onde foram realizados 87 procedimentos. Nos últimos anos, os pacientes eram encaminhados a outros Estados para fazer os exames e cirurgia, acrescenta:

— Uma vez que o paciente recebe o diagnóstico, 70% terão um controle satisfatório da doença com a medicação e levam uma vida normal. Os demais mesmo com uso de medicamento continuam tendo crise, esses precisam buscar outras formas de tratamento e o principal seria o cirúrgico. Nos últimos anos, os pacientes eram enviados a outros Estados para fazer a avaliação pré-cirúrgica e a cirurgia. 

A superintendente do Hospital Universitário, Maria de Lourdes Rovaris, explica que estão providenciando a documentação necessária para desencadear os processos licitatórios. A expectativa é começar as obras em até 40 dias e então concluir a reforma em três meses. Com isso, a partir do segundo semestre deste ano já poderiam começar os exames de alta complexidade aos pacientes com epilepsia. 
A Secretaria de Saúde informa que desde 2014, o atendimento a pacientes com epilepsia foi transferido do Hospital Celso Ramos para o HU/UFSC devido a alta demanda da unidade, referência em politraumatizados. A pasta irá investir R$ 350 mil na adequação e ampliação do espaço no Hospital Universitário. 
O que é
A epilepsia é caracterizada por intensas descargas elétricas no sistema nervoso central, resultando em convulsões com manifestações involuntárias no comportamento, no controle muscular, na consciência e na sensibilidade do indivíduo. É a doença neurológica mais comum, com um estimativa de que, no Brasil, cerca de 4 milhões de pessoas sofram do transtorno. Sabe-se que uma média de 70% dos pacientes melhoram com tratamento adequado. No entanto, 30% desenvolvem a condição de difícil tratamento medicamentoso, necessitando de cuidados ao longo da vida. 
No Estado, a estimativa é que 150 mil pessoas tenham epilepsia, destes, 50 mil de difícil controle. 
Fonte Diário Catarinense

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Argentina aprova uso medicinal da maconha

O Senado da Argentina aprovou na quarta-feira (29 de março) o projeto que aprova o uso medicinal da maconha no país. O texto já tinha obtido sinal verde da Câmara dos Deputados em novembro de 2016. A informação é da Agência EFE.
A proposta, que garante a certos pacientes o acesso ao óleo de cannabis, habilitando a importação até que o governo esteja em condições de produzi-lo, foi aprovada por unanimidade pelos 58 senadores argentinos.
Defendido por organizações civis como Mamá Cultiva, integrada por mães cujos filhos precisam do óleo de cannabis para aliviar os efeitos de suas doenças, o projeto autoriza que a maconha seja produzida por vários órgãos científicos estatais, com fins de pesquisa, mas não permite o cultivo particular.
"Agora temos um marco legal no uso para a pesquisa, tratamento e produção de cannabis medicinal. Não havia nada na Argentina e foi o que nós, como mães e organização, buscamos", disse à imprensa no Congresso Ana María García, presidente da organização Cannabis Medicinal Argentina (Cameda).
Com essa aprovação, a Argentina se une a outros países latino-americanos como a Colômbia, o Uruguai e o Chile, que já contam com medidas que regulam o uso terapêutico da maconha.
"Estamos muito contentes. É preciso continuar construindo conhecimento a respeito do que falamos sobre cannabis medicinal", acrescentou Ana María, médica e mãe de uma jovem de 24 anos que tem epilepsia refratária.
"É preciso entender que isso, como uso medicinal, já está validado para a dor oncológica, a dor neuropática, a esclerose múltipla. É preciso pensar que há 30% de epilepsias que não respondem à medicação", afirmou.
Após longa sessão, na qual também foram tratados outros assuntos, os senadores decidiram aprovar a iniciativa sem debate prévio, já que o projeto já havia recebido amplo tratamento e consenso em comissões legislativas.
Uma vez que o Estado possa produzir a substância, terão prioridade os centros que integram a Agência Nacional de Laboratórios Públicos.
Além disso, a lei, que deverá agora ser regulamentada, autoriza o cultivo de cannabis por parte do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas e do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária com fins de pesquisa e para elaborar a substância destinada aos tratamentos.
"É o que fomos decidindo, em princípio. Com 50 anos de proibição, é uma lei de começo, depois vamos construir tudo", ressaltou a presidente da Cameda, lembrando que, apesar de várias províncias já contarem com legislação na matéria, esta é a primeira vez que se aprova uma norma assim em âmbito nacional.

Fonte: Agência Brasil