quinta-feira, 31 de março de 2016

Epilepsia Pós-Traumática

Doença corresponde cerca de 5% de todas as epilepsias e sua incidência varia diretamente conforme a gravidade do trauma.
Embora muito comum na infância, há um tipo de epilepsia relacionada a acidentes. Nesse sentido, vale atenção para a epilepsia pós-traumática, como são conhecidos os casos em que ocorrem com simples acidentes ou pancadas na cabeça, até traumatismos cranianos.
Doenças neurológicas, como epilepsia, Parkinson e Alzheimer, podem causar sérios acidentes de trânsito. Por outro lado, um acidente de trânsito pode desencadear uma epilepsia pós-traumática, quando há fratura de crânio com depressão, hematoma intracraniano, amnésia pós-traumática por 24 horas.
Não se sabe ainda o mecanismo associado e que impulsiona para a epilepsia pós-traumática, porém, entre as principais teorias estão a lesão direta do tecido cerebral, por contusão, fragmentos ósseos, hemorragias e lesões secundárias por edema. A perturbação caracteriza-se por convulsões que se manifestam algum tempo depois de uma pessoa ter sofrido um acidente.
Os traumatismos craniencefálicos possuem uma ampla gama de lesões e sintomas, sob o ponto de vista de epilepsia/convulsões, temos: as convulsões pós-traumáticas e a epilepsia pós-traumática. As convulsões pós-traumáticas ocorrem entre 7 e 10 dias após o trauma e não indicam necessariamente um maior risco de epilepsia pós-traumática se tratada adequadamente, com uso de drogas antiepilépticas nesse período, por exemplo. Já a epilepsia pós-traumática é uma crise epiléptica repetida - crises parciais simples, complexas ou generalizadas -, que podem surgir após 10 dias ou mesmo após anos do trauma.
A epilepsia pós-traumática responde cerca de 5% de todas as epilepsias. Sua incidência varia diretamente conforme a gravidade do trauma (leve, moderado ou grave), em torno de 5 a 20% dos casos.
O risco é aumentado nos primeiros cinco anos após o trauma. Cerca de 50% dos casos aparecem no primeiro ano. Em casos de trauma crânioencefálico, originados após ferimentos por arma de fogo, por exemplo, os pacientes apresentam um risco maior por 10 a 15 anos ou até mais se for o caso de armas de uso militar.
Vale reforçar que, ao contrário da epilepsia idiopática (sem causa definida), a epilepsia pós-traumática pode ser evitada através de cuidados com a segurança, ao prevenir acidentes que lesionem a área cerebral.
TRATAMENTO
A epilepsia pode ter diversas causas, entre elas um traumatismo craniano. O tratamento para a epilepsia pós-traumática é o mesmo para os quadros convencionais, ou seja, para os popularmente conhecidos ataques epilépticos. Pode ser realizado por via medicamentosa, com uso das chamadas drogas antiepilépticas (DAE), eficazes em cerca de 70% dos casos, quando há controle das crises, e com efeitos colaterais diminutos. Quando não há controle destes sintomas, outros tratamentos possíveis são a cirurgia, a estimulação do nervo vago e dieta cetogênica. No entanto, apenas um profissional, analisando o caso, poderá indicar o tratamento mais apropriado ao paciente.
Por último, devemos lembrar que o objetivo do tratamento é garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente. Quando não tratadas, a qualidade de vida do epilético é fortemente afetada. Por não ter controle das crises, muitas vezes o paciente não consegue manter o emprego e/ou os estudos, além de estar mais propício a acidentes. Outra grave consequência é relacionada ao estado de mal convulsivo (várias convulsões seguidas, sem recuperação entre elas), que se não tratado rapidamente, pode levar a danos cerebrais definitivos. No entanto, com acompanhamento médico e, consequentemente, com o devido tratamento, pacientes com epilepsia levam uma vida normal, muitos alcançando destaque profissional.
Fonte: Dr, Luiz Daniel Cetl



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