Você já ouviu falar de epilepsia reflexa? Segundo a Associação Brasileira de Epilepsia, trata-se de um quadro acompanhado por crises epilépticas relacionadas a um estímulo externo ou a uma atividade específica. Esse estímulo pode ser simples ou elaborado (uma música, uma partida de xadrez).
A epilepsia é definida como um transtorno caracterizado por uma predisposição duradoura a crises desencadeadas por uma atividade neuronal síncrona ou excessiva no cérebro, o que inclui alterações da consciência ou eventos motores, sensitivos/sensoriais e psíquicos involuntários. Os tipos comuns de epilepsia reflexa englobam:
Fotossensibilidade, em que a luz (artificial, solar, televisão) representa um gatilho
Sensibilidade ao fechar os olhos e sentir o movimento das pálpebras
Espasmos musculares ao redor da boca, língua ou mandíbula, causados pela leitura ou fala
Espasmos musculares por tarefas motoras visuais como jogar xadrez, jogar cartas, escrever, desenhar
Sensibilidade a determinadas músicas (também chamada de epilepsia musicogênica)
Existem vários tipos de convulsões, mas nesse caso, as mais frequentes (85% das vezes) são convulsões tônico-clônicas generalizadas, que envolvem perda de consciência e contrações musculares violentas.
No entanto, convulsões focais — que afetam apenas uma parte do cérebro, com manifestação clínica variável de acordo com a região que foi acometida — também podem acontecer em pacientes com epilepsia reflexa.
Normalmente, a epilepsia fotossensível começa na infância e é superada antes da idade adulta, sendo mais comum em crianças cujos pais também são sensíveis a luzes piscantes. Cientistas ainda não identificaram um gene importante para epilepsias reflexas, mas fatores genéticos já foram associados a outros tipos de epilepsia, como uma alteração do canal de sódio ou nos cromossomos.
O diagnóstico da epilepsia reflexa costuma ser feito através do eletroencefalograma ou ressonância magnética, e o tratamento envolve o uso de medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, responsáveis pelas crises.
Estudos vêm se concentrando em entender e reduzir as crises de epilepsia. Segundo um publicado na IFL Science, por exemplo, algumas composições de Mozart podem "acalmar" o cérebro de pessoas com o transtorno. Em 2020, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP descobriu que o canabidiol pode impedir a progressão da epilepsia.
Fonte: Canaltech
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