Desde que foi diagnosticada com epilepsia, a doutoranda em Comunicação Milene Costa, de 32 anos, viu sua rotina sofrer várias alterações. Entre elas, as principais mudanças foram na alimentação e no sono. Ela conta que deixou de consumir bebidas energéticas, como café e refrigerantes. "Também passei a ficar mais alerta com o que eu sinto, prestar mais atenção no meu corpo, como ele está reagindo, os sinais que ele dá", explica.
Milene já teve várias crises de epilepsia, mas a última foi em dezembro de 2019. Desde então, ela vem fazendo o tratamento para controlar a doença e, todos os dias, precisa tomar três medicamentos de uso controlado. "As minhas crises estão controladas, mas mesmo assim, eu mantenho as medicações, a rotina de exames, de consultas, e vou seguindo desse jeito, para não ter novas crises".
A comunicóloga afirma que sente leves incômodos com luzes fortes, como o brilho da tela do celular, mas nunca chegou a ter uma crise ao assistir televisão ou ir ao cinema. Mesmo sem ter convulsões há quase três anos, Milene conta que sempre orientou as pessoas do seu convívio a como agir frente a uma crise epiléptica, para evitar maiores riscos. "Eu acho importante que todos busquem se informar sobre a epilepsia, o que é a doença, quais são os tipos de crise, como lidar", destaca. "É melhor a gente lutar pela nossa vida do que lutar contra a epilepsia. Eu me aceitei assim e vou tomando os cuidados".
A médica neurologista Jéssica Rocha explica que a epilepsia é caracterizada por crises convulsivas. Porém, para ser diagnosticado com a doença, o paciente precisa ter apresentado pelo menos duas crises na vida, separadas por mais de 24 horas. Além disso, outra forma e diagnosticar é se o paciente tiver uma síndrome epiléptica, e há crianças que já nascem com essa condição.
"O paciente que tem epilepsia precisa tomar o remédio adequadamente, sem pular doses, sem esquecer um dia. E o mais importante é o dia a dia da pessoa. Ela precisa ter uma vida saudável e bem controlada. Não pode fazer uso de álcool, pois é uma substância que pode desencadear uma crise, tem que dormir bem, ter uma boa noite de sono, e tem que fazer atividade física e ter uma alimentação balançeada. Se esses fatores estiverem desregulados, o paciente pode ter uma crise, inclusive infecções respiratórias ou gastrointestinais", destaca a especialista.
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