quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Células-tronco para controlar crises epiléticas

Pesquisadores injetaram as células no cérebro de camundongos - metade deles parou de convulsionar completamente.

Estima-se que mais de 65 milhões de pessoas em todo o mundo sejam afetadas pela epilepsia, síndrome caracterizada por crises convulsivas, perda de consciência e outros sintomas neurológicos. Ainda não se sabe a causa exata do distúrbio, mas os cientistas acreditam que pode estar relacionada à baixa população de interneurônios, células com função integradora. Agora, pesquisadores da Universidade Harvard reforçam essa hipótese ao sugerir que o transplante de células-tronco pode ser uma alternativa de tratamento para a síndrome, principalmente para a minoria de pacientes que não responde aos medicamentos anticonvulsivantes, segundo publicaram na Cell Stem Cell.
A neurobióloga Sangmi Chung e sua equipe injetaram neurônios derivados de células-tronco embrionárias humanas no cérebro de camundongos que tinham síndromes epiléticas. Observaram que cerca de metade parou completamente de convulsionar e que os restantes tiveram queda significativa na frequência das crises. “As células enxertadas se integraram”, comemora Sangmi. “Receberam sinais excitatórios das células ‘anfitriãs’ e de volta geraram respostas inibitórias que reverteram a hiperatividade elétrica que gera as convulsões.”
Mas, embora os resultados sejam encorajadores, a neurobióloga alerta para a necessidade de estudos com primatas antes de considerar tratamentos em humanos. Argumenta que é preciso encontrar uma maneira de filtrar os neurônios, de forma que apenas aqueles capazes de inibir as crises – os interneurônios – sejam transplantados. “As células-tronco embrionárias podem se diferenciar em vários tipos, mesmo quando as manipulamos para se transformar em neurônios. Para fins clínicos, é preciso certificar-se de que todas são seguras, sem nenhum perigo de contaminação. Agora estamos trabalhando para isolar especificamente os interneurônios”, diz Sangmi.

Fonte: Mente e cérebro




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