Obtenção do medicamento derivado da maconha será facilitada no país. Garoto de Sorocaba (SP) havia conseguido liminar para fazer o tratamento.
A família do menino Bernardo Betega de Assis, de 7 anos, diagnosticado com um grave tipo de epilepsia, comemorou a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que retirou o canabidiol da lista de substâncias de uso proibido. A decisão foi tomada pela Vara da Infância e Juventude da cidade, determinando que o governo estadual pague o tratamento do garoto a base do medicamento em Sorocaba(SP), o primeiro registro de liminar deste tipo na cidade. “É mais uma etapa vencida. Fico feliz por saber que as pessoas estão vencendo o preconceito e se atualizando. Canabidiol não é maconha, é droga”, disse ao G1 a mãe de Bernardo, Susicler de Fátima Betega, naquinta-feira (15).
A decisão da Anvisa foi divulgada na quarta-feira dia 14 durante uma reunião em Brasília. Com ela, abre-se o caminho para que a comercialização de medicamentos com a substância seja facilitada no país. Antes, a venda do produto com a substância, classificada como proibida, era vetada. Agora, as empresas interessadas poderão produzir e vender derivados de canabidiol após a obtenção de um registro da Anvisa.
Para Susicler, a liberação da venda do medicamento pode melhorar a qualidade de vida de crianças e adultos com patologias como a de Bernardo, que foi diagnóstica com um tipo grave de epilepsia ainda pequeno. Segundo ela, o filho possui atrasos no desenvolvimento neurológico. “Algumas crises acabam nem sendo percebidas, porque por fora parece que nada está acontecendo. Isto acaba prejudicando o cérebro dele. Bernardo também tem hematomas pelo corpo porque cai devido aos espasmos. “Esta é a última esperança que a gente tem para amenizar as crises dele.”
De acordo com a mãe, o tratamento ainda não teve início, apesar da liminar aprovada tenha sido expedida no mês de dezembro. “Acredito que os feriados de final de ano, enquanto o Fórum permaneceu fechado, possa ter esticado o prazo. Esta semana vou procurar me informar melhor sobre isto”, relata.
A dona de casa recebeu com alegria a conquista do filho na Justiça e aguarda ansiosamente pela entrega dos remédios. Susicler afirma que não tem condições de comprar a medicação, já que os gastos, segundo ela, não sairiam por menos de R$ 3 mil por mês no começo do tratamento. “Só o fato de saber que passamos por essa etapa já me deixa feliz. Esta é a última esperança que a gente tem para amenizar as crises dele.”
O fornecimento será de responsabilidade do governo do Estado de São Paulo. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde confirmou a notificação e afirmou que no dia 12 de dezembro solicitou à Justiça a prescrição médica, o que deve ser realizado e entregue nos próximos dias. “Vale lembrar que por se tratar de medicamento importado e sem registro na Anvisa, o processo de aquisição requer o cumprimento de uma série de etapas para viabilizar a compra, como desembaraço alfandegário por parte da Receita Federal, entre outras”, conclui.
Fonte: G1
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