sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Uma história em depoimentos de um pai

“Meu filho Rodrigo Drummond, de 38 anos, nasceu sem problemas, mas tinha a moleira fechada. Com quatro meses e meio fez uma cranioestenose e teve um pós-operatório difícil. A aparência dele sempre foi inteiramente normal, mas ele é hiperativo. Hoje, mede 1,96 m, calça sapatos número 48, pesa 106 kg e tem a maturidade de uma criança de três anos. Não sabemos por que ele ficou assim. Quando nasceu, os aparelhos de tomografia não detectaram nenhum problema.
Rodrigo sempre foi muito agressivo. À medida que ficou mais velho, passou a tomar medicamentos e a agressividade diminuiu. Hoje são sete ao dia. O problema é que quando a agressividade diminuiu, ele passou a ter convulsões muito intensas.
O tremor é tão forte que Rodrigo chega a ser jogado na parede, sem perder a consciência. É como se recebesse um choque elétrico no cérebro. Isso dói e provoca reações involuntárias. Nesses dois anos, tratamos o problema com anticonvulsivantes como o Divalproato de sódio e Topiramato, que têm efeitos colaterais como a formação de gazes no estômago e prisão de ventre. Esses medicamentos, ao mesmo tempo em que aumentam o apetite, prendem os gazes no estômago e por isso ele tem o abdomen muito estendido.
Mesmo aumentando a dosagem dos medicamentos, as convulsões continuaram. Compramos o canabidiol antes que fosse liberado pela Anvisa, vendido por uma família que adquiriu para dar ao filho, mas desistiu de usar depois de apenas três doses, optando pela operação, que acabou não dando resultado.
Sou engenheiro e conheço química, por isso não tive problemas morais em usar o canabidiol. Meu filho tinha quatro convulsões violentas ao dia. Em 15 dias, depois do início da primeira bisnaga, elas caíram para zero.
Mas a pasta acabou e comprei o canabidiol em gotas, como a concentração era menor do que dizia a embalagem e a concentração faz toda a diferença no tratamento. Com isso, ele voltou a ter uma convulsão ao dia. Essa empresa está sendo fiscalizada pela FDA ( Food and Drug Administration), nos Estados Unidos e nós vamos trocar de fabricante.
O processo para trazer a pasta é tão burocrático que achei mais confiável mandar buscar lá fora, informalmente. É mais seguro do que depender da burocracia do estado porque não pode haver interrupção no tratamento”.
Júlio César Drummond, engenheiro, 67 anos, pai de Rodrigo, que aos 38 anos tem idade mental de três e sofre convulsões violentas desde 2013. 

Fonte: UAI / Saúde Plena

Um comentário:

  1. Que Deus abençõe teu menino, es um pai dedicado e guerreiro merece esta Benção. Luisa

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