quinta-feira, 17 de março de 2016

Coqueluche em lactentes esta relacionada ao risco de epilepsia


A tosse convulsa está associada com encefalopatia e convulsões em lactentes. No entanto, o risco de epilepsia infantil, após a coqueluche, permanece desconhecido
A tosse convulsa na infância está associada a um risco aumentado de epilepsia, aponta um novo estudo, publicado no Journal of the American Medical Association, JAMA. Os resultados ressaltam a importância da vacinação para a tosse convulsa, também conhecida como coqueluche, na infância.
Para realizar o estudo, pesquisadores dinamarqueses usaram os registros governamentais e analisaram dados de 4.700 crianças, nascidas entre 1978 e 2011, que foram diagnosticadas com coqueluche. Cerca de metade foi diagnosticada com a doença quando tinham menos de 6 meses de idade. Cada criança foi comparada com 10 indivíduos controle saudáveis da população em geral.
Entre as 4.700 crianças que tiveram coqueluche, 1,7% desenvolveu, mais tarde, epilepsia, em comparação com 0,9% entre os 47.000 controles. Após o ajuste para idade gestacional, malformações congênitas, história materna de epilepsia e outras variáveis de saúde, os pesquisadores calcularam o risco da criança que teve coqueluche desenvolver epilepsia aos 10 anos de idade e descobriram que era 70% mais elevado do que o de uma criança que não teve a doença.
Os pesquisadores destacam que eles não podem afirmar que se uma criança desenvolveu epilepsia, a causa foi a coqueluche, provocada pela infecção causada pela bactéria Bordetella pertussis.  E em qualquer caso, o risco absoluto para a epilepsia é muito pequeno para crianças, cerca de 2 em 100.
“O objetivo do trabalho não é causar pânico. Mas destacar que o estudo é um forte argumento para vacinar seu filho. Diversos estudos mostram que a coqueluche é uma doença séria, associada a convulsões e danos cerebrais, mas este é o primeiro estudo a encontrar uma associação com a epilepsia. O mecanismo não é claro, mas os autores sugerem que a tosse convulsa da coqueluche pode reduzir o fluxo de oxigênio para o cérebro. O tema é bastante atual, os surtos de coqueluche aumentam na Inglaterra, nos Estados Unidos e no Brasil”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

Fonte: SPSP

Nenhum comentário:

Postar um comentário