quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Fertilidade das mulheres com epilepsia

Mulheres com epilepsia têm a mesma probabilidade de conseguir uma gravidez bem sucedida do que as mulheres sem a doença neurológica, de acordo com um novo estudo conduzido por equipes de  pesquisadores, em vários centros no mundo. O estudo prospectivo revelou que as mulheres com epilepsia têm as mesmas chances de alcançar a gravidez, o mesmo tempo necessário para engravidar e os mesmos resultados da gravidez, tais como abortos comparáveis a um grupo de mulheres saudáveis. Os resultados do estudo, apresentados em 2016, durante a reunião anual da Academia Americana de Neurologia, em Vancouver, Canadá, contradizem crenças da comunidade médica sobre a fertilidade das mulheres com epilepsia.
Mais de 1,1 milhões de mulheres americanas com epilepsia estão em idade fértil e aproximadamente 24.000 bebês nascem de mulheres com epilepsia a cada ano, de acordo com dados da Epilepsy Foundation, que financiou a nova pesquisa.
Estudos anteriores apontavam taxas de infertilidade duas a três vezes maiores para as mulheres com epilepsia, ou que, um terço das mulheres com epilepsia poderia ter dificuldades para engravidar. Mas, um estudo abrangente não tinha sido feito até agora para confirmar esses dados, de acordo com os investigadores.
 Os resultados podem tranquilizar as mulheres com epilepsia e os médicos que estão aconselhando essas mulheres sobre planejamento familiar. Os pesquisadores conduziram um estudo observacional multicêntrico chamado The Women with Epilepsy: Pregnancy Outcomes and Deliveries (WEPOD) from 2010 to 2015 (as mulheres com epilepsia: resultados da gravidez e entrega  de 2010 a 2015). As mulheres participantes com epilepsia e as do grupo de controle saudáveis estavam entre as idades de 18-41 anos e buscavam engravidar há menos de  seis meses. Elas foram acompanhadas durante toda a duração da gravidez. Diários eletrônicos capturavam o uso de medicamentos anti-epiléticos, a ocorrência de convulsões e fatos sobre o ciclo menstrual e a  atividade  sexual das  participantes.
No total, 89 mulheres com epilepsia e 109 controles saudáveis, com dados demográficos semelhantes, foram comparadas para o estudo. A proporção de mulheres que alcançaram a gravidez foi de 70% para as mulheres com epilepsia e 67,1% para os controles saudáveis.
“O tempo médio de gestação em mulheres com epilepsia foi 6,03 meses, em comparação com 9,05 meses para controles saudáveis, e após o controle para idade, índice de massa corporal, paridade e raça, não houve diferença entre os grupos para o tempo de gestação. Das gravidezes que ocorreram, uma proporção semelhante resultou em nascidos vivos (81,8% das mulheres com epilepsia e 80% dos controles), aborto (12,7% das mulheres com epilepsia e 20% dos controles) ou outros resultados (5,4% das mulheres com epilepsia em comparação com 0% dos controles saudáveis)”, afirma o  neurologista, Willian Rezende do Carmo.

Fonte: Dr. William Rezende

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