Mulheres com epilepsia têm a mesma
probabilidade de conseguir uma gravidez bem sucedida do que as mulheres
sem a doença neurológica, de acordo com um novo estudo
conduzido por equipes de pesquisadores, em vários centros no mundo. O
estudo prospectivo revelou que as mulheres com epilepsia têm as mesmas
chances de alcançar a gravidez, o mesmo tempo necessário para engravidar
e os mesmos resultados da gravidez, tais como abortos comparáveis a um
grupo de mulheres saudáveis. Os resultados do estudo, apresentados em
2016, durante a reunião anual da Academia Americana de Neurologia, em
Vancouver, Canadá, contradizem crenças da comunidade médica sobre a
fertilidade das mulheres com epilepsia.
Mais
de 1,1 milhões de mulheres americanas com epilepsia estão em idade
fértil e aproximadamente 24.000 bebês nascem de mulheres com epilepsia a
cada ano, de acordo com dados da Epilepsy Foundation, que financiou a nova pesquisa.
Estudos
anteriores apontavam taxas de infertilidade duas a três vezes maiores
para as mulheres com epilepsia, ou que, um terço das mulheres com
epilepsia poderia ter dificuldades para engravidar. Mas, um estudo
abrangente não tinha sido feito até agora para confirmar esses dados, de
acordo com os investigadores.
Os resultados podem tranquilizar as mulheres com epilepsia e os médicos
que estão aconselhando essas mulheres sobre planejamento familiar. Os
pesquisadores conduziram um estudo observacional multicêntrico chamado The Women with Epilepsy: Pregnancy Outcomes and Deliveries (WEPOD) from 2010 to 2015 (as mulheres com epilepsia: resultados da gravidez e entrega de 2010 a 2015). As mulheres participantes com epilepsia e
as do grupo de controle saudáveis estavam entre as idades de 18-41 anos
e buscavam engravidar há menos de seis meses. Elas foram acompanhadas
durante toda a duração da gravidez. Diários eletrônicos capturavam o uso
de medicamentos anti-epiléticos, a ocorrência de convulsões e fatos
sobre o ciclo menstrual e a atividade sexual das participantes.
No
total, 89 mulheres com epilepsia e 109 controles saudáveis, com dados
demográficos semelhantes, foram comparadas para o estudo. A proporção de
mulheres que alcançaram a gravidez foi de 70% para as mulheres com
epilepsia e 67,1% para os controles saudáveis.
“O
tempo médio de gestação em mulheres com epilepsia foi 6,03 meses, em
comparação com 9,05 meses para controles saudáveis, e após o controle
para idade, índice de massa corporal, paridade e raça, não houve
diferença entre os grupos para o tempo de gestação. Das gravidezes que
ocorreram, uma proporção semelhante resultou em nascidos vivos (81,8%
das mulheres com epilepsia e 80% dos controles), aborto (12,7% das
mulheres com epilepsia e 20% dos controles) ou outros resultados (5,4%
das mulheres com epilepsia em comparação com 0% dos controles
saudáveis)”, afirma o neurologista, Willian Rezende do Carmo.
Fonte: Dr. William Rezende
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