A epilepsia, distúrbio neurológico caracterizado por crises recorrentes devido a descargas elétricas anormais no cérebro, afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que aproximadamente 50 milhões de pessoas vivem com a condição, embora o número real possa ser ainda maior. Desses pacientes, cerca de 30% não respondem aos tratamentos convencionais, o que abre espaço para a aplicação de terapias avançadas como a DBS.
O procedimento de Estimulação Cerebral Profunda, minimamente invasivo, envolve a implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro, como o núcleo talâmico ou o hipocampo. Esses eletrodos são conectados a um neuroestimulador que emite estímulos constantes, com a finalidade de bloquear ou interromper os impulsos elétricos anormais que causam as crises.
O impacto dessa técnica tem sido transformador. Segundo o neurocirurgião Dr. Marcelo Valadares, da Unicamp, a DBS tem se mostrado eficaz na redução da frequência e intensidade das crises, com efeitos adversos mínimos. “Os pacientes que enfrentam limitações severas, e que antes estavam à mercê de tratamentos ineficazes, têm visto melhorias significativas na qualidade de vida”, explica o médico.
Além dos avanços clínicos, a conscientização sobre a epilepsia é fundamental para quebrar o estigma que ainda envolve a doença. Muitas pessoas com epilepsia enfrentam discriminação devido ao desconhecimento, o que pode agravar o impacto social e emocional do distúrbio. A iniciativa de dedicar um dia ao esclarecimento sobre a condição, como o Dia Roxo, é crucial para promover a compreensão e a aceitação.
Embora as causas da epilepsia sejam diversas, incluindo fatores genéticos, lesões cerebrais, infecções e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, a melhoria no diagnóstico e nas opções de tratamento como a DBS abre novas possibilidades para os pacientes.
A técnica tem se mostrado eficaz na redução das crises e, em muitos casos, proporciona uma melhora significativa na qualidade de vida, permitindo que os pacientes retornem a atividades diárias e melhorem sua interação social. No entanto, o acesso à DBS ainda é limitado, e mais estudos e conscientização são necessários para garantir que essa inovação beneficie o maior número possível de pessoas.
A DBS representa não apenas um avanço médico, mas também uma mudança no tratamento da epilepsia, oferecendo novas perspectivas para aqueles que, até pouco tempo, não tinham opções eficazes de controle. A luta contra a epilepsia segue, mas com a esperança renovada por avanços científicos que continuam a transformar vidas.
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