quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Queda frequente de energia coloca a vida de criança com síndrome de west em risco

Menino de Bauru (SP) depende de aparelhos para respirar. Concessionária afirma que fornecimento não é interrompido.

Os problemas no fornecimento de energia elétrica que afetam os moradores de toda a região sudeste têm trazido uma série de prejuízos aos usuários. Em Bauru (SP), a queda frequente no abastecimento elétrico tem colocado em risco a vida de um menino de 9 anos, que depende do serviço regular para sobreviver.
O menino Ryan Henrique Rufino da Silva é portador da síndrome de West, um tipo de epilepsia que o deixou com um sério comprometimento neurológico. A mãe conta que ele aprensentou os primeiros sintomas aos seis anos de idade. "Ele engasgou com a própria saliva e teve uma parada cardiorrespiratória de dez minutos. Com isso, houve sequelas e ele nunca mais andou. Meu filho vive acamado", diz Meire Regina Gomes da Silva. 
Em casa, a criança recebe acompanhamento de enfermeiras enviadas pelo governo e depende de vários aparelhos para conseguir respirar. Parte do equipamento usado por Ryan depende de eletricidade para funcionar e as recentes interrupções no fornecimento de energia elétrica no bairro onde Ryan mora colocam em risco da vida dele. 
Criança depende de aparelhos para sobreviver (Foto: Reprodução / TV TEM)Criança depende de aparelhos para sobreviver
De acordo com o neuropediatra Plínio Ferraz, o caso de Ryan precisa de muitos cuidados. “Uma queda de energia, seja em um hospital ou em uma casa utilizando o sistema de home care, é algo muito sério que pode comprometer o bem estar do paciente", afirma.
Medida judicial
Por precisar de energia elétrica o tempo todo, a família não teve outra saída a não ser procurar a Justiça e entrar com uma ação contra a concessionária responsável pelo serviço. “Resolvemos entrar com a medida depois que ficamos cerca de 5 horas no escuro. Não sabemos até hoje como ele aguentou tanto tempo", afirma Meire. 

A ação foi protocolada em 2013 e pede que a empresa de energia forneça a família algum tipo de equipamento, como, por exemplo, um gerador que possa garantir o funcionamento da aparelhagem em caso de queda no fornecimento. “O objeto principal dessa ação é suprir a falta de energia. É lamentável ver que essas pessoas não têm um direito tão básico assegurado", afirma o advogado que acompanha o caso, Fernando de Oliveira.
Mãe entrou com ação contra CPFL (Foto: Reprodução / TV TEM)
Em nota, a concessionária alegou que cumpre a ordem da Justiça e que a moradia da criança de Bauru está cadastrada como Unidade de Terapia Intensiva (UTI) domiciliar, que implica atendimento preferencial e urgente.
No entanto, o advogado nega a informação da concessionária. “Embora a concessionária expresse em nota tal argumento, jamais foi cumprido. Nem sequer um contato com a mãe do menino”, afirma Fernando. 
Fonte: G1












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