GW Pharmaceuticals anunciou que o teste com 120 pacientes mostrou que
aqueles que tomaram Epidiolex obtiveram uma redução mensal média de 39%
nas convulsões
Um medicamento experimental à base de cannabis se mostrou eficaz no tratamento de crianças com uma forma rara e grave de epilepsia em um teste clínico ansiosamente aguardado, mais do que dobrando o valor de sua fabricante, a GW Pharmaceuticals.
O estudo sobre o efeito do Epidiolex na síndrome de
Dravet é o primeiro dos quatro testes do estágio final da Fase 3 para
epilepsia, cujos resultados são esperados ainda este ano e que a GW
espera confirmarem os benefícios terapêuticos dos canabinóides,
substâncias ativas encontradas na maconha.
A GW disse na segunda-feira (14/03) que o teste com 120 pacientes
mostrou que aqueles que tomaram Epidiolex obtiveram uma redução mensal
média de 39% nas convulsões em comparação com uma redução de 13% entre
os que usaram o placebo.
A diferença foi altamente significativa do ponto de vista estatístico, e
o otimismo a respeito das vendas futuras do remédio fizeram as ações da
GW subirem 116 % por volta das 11h40 (horário de Brasília) na
segunda-feira (14/03).
"Isso mostra que os canabinóides podem produzir dados clínicos
animadores e importantes e que representam uma nova classe de
medicamentos altamente promissores, com sorte para uma série de
doenças", disse o executivo-chefe da empresa, Justin Gover, à Reuters.
À luz de dados positivos, Gover afirmou que agora a GW irá solicitar uma
reunião com a agência de alimentos e drogas dos Estados Unidos (FDA, na
sigla em inglês) para debater seus planos de requisitar autorização
para tratar esta forma de epilepsia em particular.
Atualmente não há terapias para a síndrome de Dravet aprovadas pela FDA.
O Epidiolex, que é ministrado como xarope infantil, também está sendo
testado em um estudo de Fase 3 para outro tipo raro de epilepsia chamado
síndrome de Lennox-Gastaut e também deve produzir resultados em 2016, e
um estudo em fase final para esclerose tuberosa, uma terceira forma de
epilepsia, deve começar em breve.
Analistas acreditam, em média, que o medicamento pode gerar vendas
anuais de 1,1 bilhão de dólares até 2021,de acordo com previsões
compiladas pela Thomson Reuters Cortellis.
Fonte: Época
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