O manejo de pacientes com epilepsia possui três objetivos principais: controlar as crises, evitar efeitos colaterais do tratamento e manter e/ou restaurar a qualidade de vida.
Após um intervalo livre de crises de dois a quatro anos, é razoável iniciar uma discussão sobre a manutenção da droga antiepiléptica (DAE) versus uma tentativa de descontinuação.
Os revisores tentaram responder as seguintes perguntas sobre os pacientes com epilepsia que não tiveram crises por pelo menos 12 meses e ainda estavam tomando medicações:
Sobre descontinuar DAE?
- ) Aumenta o risco de recorrência de crises?
- ) Aumentar o risco de status epilepticus?
- ) Reduz os efeitos colaterais dos medicamentos?
- ) Altera a qualidade de vida?
- ) Altera o risco de mortalidade?
- ) Quais são os riscos de recorrência relacionada com a velocidade de retirada da DAE?
O subcomitê considerou a literatura relevante publicada entre janeiro de 1991 e março de 2020, com um total de 13 artigos que atenderam aos critérios para análise final. As recomendações para crianças foram avaliadas separadamente daquelas para adultos devido às diferenças biológicas no risco de recorrência de crises.
Essa decisão deve ser individualizada e o médico deve ponderar os riscos de recorrência das crises em relação aos possíveis benefícios da retirada do medicamento, os quais podem variar significativamente entre os pacientes.
- 1- Existem várias razões para considerar a descontinuação da DAE em alguns pacientes.
- 2- Oferece a sensação de estar “curado”, enquanto a necessidade
- de medicação crônica confere uma percepção de incapacidade contínua.
- 3- Nenhum medicamento é totalmente benigno e os efeitos adversos associados à terapia crônica podem levar anos para se tornarem evidentes.
- 4- Os efeitos colaterais cognitivos e comportamentais podem ser sutis e não totalmente reconhecidos até que as drogas sejam descontinuadas.
- 5- Algumas DAEs possuem custo elevado e representam um encargo financeiro significativo para muitos pacientes.
- 6- Pode haver circunstâncias especiais, como gravidez ou condições médicas coexistentes graves, nas quais os resultados podem ser melhorados e o manejo simplificado na ausência de terapia da DAE desnecessária.
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