quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Novas descobertas indicam progressos para tratar a epilepsia

Foto: Reprodução

A epilepsia é uma doença caracterizada pela predisposição do cérebro a gerar crises epilépticas com consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais.  Esta definição é proposta pela Liga Internacional Contra a Epilepsia (ILAE). “Compreende-se que o tratamento desta doença visa não apenas ao controle das crises, mas também todos os distúrbios delas decorrentes, respeitando as características de cada indivíduo”, explica a dra. Maria Luiza Giraldes de Manreza, secretária do Departamento Científico de Epilepsia da Academia Brasileira de Neurologia.
Define-se a crise epiléptica como a ocorrência transitória de sinais devido a uma atividade neuronal anormal, excessiva e síncrona no cérebro. Do ponto de vista clínico, elas são classificadas como generalizadas (quando existe um rápido acometimento de ambos os hemisférios cerebrais) e focais (quando a área envolvida é mais localizada).
Diagnóstico e causas
O diagnóstico clínico se baseia nas características da crise e da sua origem. Para confirmação, é importante realizar o eletroencefalograma que determina o tipo de crise epiléptica. “Entre os exames de neuroimagem, a ressonância magnética é, de um modo geral, a mais indicada, por ser mais específica e mostrar maior número de lesões. A tomografia pode ser necessária para patologias que cursam com calcificações”, comenta.
Segundo a dra. Maria Luiza, a epilepsia admite seis tipos de etiologia: genética, resultante de um defeito genético conhecido ou presumido em que as crises são os sinais fundamentais do distúrbio; estrutural, em que são observadas anormalidades nos exames de neuroimagem que poderiam explicar, de modo razoável, a enfermidade do paciente; metabólica, associado a distúrbios metabólicos; imune, em caso de evidências de uma inflamação do sistema nervoso central de origem autoimune; infecciosa, em que uma infecção acomete o sistema nervoso central; desconhecida, quando a causa subjacente é ainda desconhecida.
Tratamento e fatores de risco
O tratamento da epilepsia é basicamente com medicamentos. Em situações mais específicas, existe a cirurgia, a dieta cetogênica e o estimulador vagal. É importante ressaltar que a decisão terapêutica é diferente do diagnóstico, considerando as particularidades, a vontade do paciente, o risco-benefício individual e as opções disponíveis. A escolha do fármaco antiepiléptico (FAE) é feita de acordo com o tipo de crise epiléptica, a eficácia e efeitos colaterais do medicamento bem como as características individuais do paciente.
A frequência de recorrência de crises varia de acordo com diversos fatores como idade do paciente, tipo de crise, etc . “A probabilidade de ocorrer uma segunda crise epiléptica, no período de um ano após a primeira, na infância e adolescência varia de 14% a 65%, enquanto em adultos é de 40% a 46%, e em idosos este risco chega a 80%”, aponta a Dra. Maria Luiza. No Brasil, as estimativas são de 1,8 e 3,6 milhões de pessoas com de epilepsia. No mundo inteiro, são cerca de 65 milhões de pessoas com a doença.
Entre os fatores para recorrência, estão histórico anterior de crise epiléptica, casos de lesão cerebral ou anormalidades no exame neurológico e descargas epileptiformes no eletroencefalograma. Em 70% dos casos, as crises epilépticas podem ser controladas com a terapêutica medicamentosa.
Enfoque na doença
Desde os anos 1990, há um contínuo avanço nos exames de neuroimagem que auxiliam no diagnóstico e na compreensão das crises epilépticas e das epilepsias.  No início deste século, observa-se a expansão em genética. Segundo a dra. Maria Luiza, observa-se ainda o surgimento de uma nova proposta de classificação para epilepsia e crises epilépticas. “Mais do que classificar a doença, esta proposta reflete uma nova concepção da epilepsia e de sua fisiopatogenia. Além disso vale ressaltar que tanto a pesquisa contínua de novos fármacos bem como a nova indicação de formas terapêuticas mais antigas como o emprego da dieta cetogênica no estado de mal epiléptico refratário também estão em andamento”, destaca.
Fonte:The São Paulo Times



quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Família não recebeu o medicamento canabidiol obtido em liminar

A família de Maria Clara, uma menina de sete anos que mora em Santa do Paraíso (MG), e sofre com a Síndrome de Lennox Gastaut, ainda espera receber o Canabidiol, um remédio que é derivado da maconha, e que em novembro do ano passado, a justiça determinou que a prefeitura da cidade e a Secretaria Estadual de Saúde arcassem com os custos.
A menina teve a doença diagnosticada com um ano e três meses de vida. Desde então, Maria Clara perdeu a fala, sentimentos, passou a andar com dificuldades e tinha várias convulsões epiléticas por dia.
Em busca da cura para a filha ainda no início, quando a doença foi diagnosticada, a família foi ao estado de São Paulo e implantou o aparelho estimulador do nervo vago sobe a pele do peito da menina. O aparelho ajuda a controlar a intensidade das convulsões.
Esperando a chegada do Canabidiol, a família tratava Maria Clara Oliveira com o Rufinamina, remédio que é importado da Alemanha e custeado pelo governo do estado. Mas, os primeiros efeitos positivos só vieram depois que a família iniciou o tratamento com o remédio à base da maconha.
Segundo o pai de Maria Clara, Rodrigo da Silva, a decisão da Justiça determinava que a prefeitura de Santana do Paraíso e a Secretaria de Saúde arcassem de imediato com o remédio, o que ainda não aconteceu.
“Depois da liminar, ficamos bem eufóricos, achando que iríamos receber o remédio, porque o judiciário informou que teríamos que receber de imediato a medicação com multa diária, e nada aconteceu. A Secretaria Municipal de Saúde não se prontificou, e a gente procurou outros meios para conseguir a medicação, porque até então, estamos aguardando e nada aconteceu”, afimou Rodrigo da Silva.

Ainda sem receber o remédio, a solução encontrada pela família foi pedir ajuda aos parentes para importar o medicamento. O problema enfrentado é que o produto é produzido nos Estados Unidos, o que gera um alto custo. Os pais de Maria Clara tiveram que vender o carro para cobrir parte das despesas.
Rodrigo da Silva disse que os familiares se comoveram com a situação da menina e acabam ajudando a conseguir o medicamento que é de alto custo.
“Meu sogro, minha sogra, minha mãe, outras pessoas ligadas a nossa família acabam ajudando. Porque não é fácil você tirar U$$ 1.200 a cada três meses, temos uma família para manter hoje em dia”, declarou.

Melhoras com o remédio

Após conseguir as primeiras doses do medicamento, o resultado já se pode notar na menina. Os tatâmes que estavam instalados no chão para diminuir as lesões provocadas com as quedas, foram retirados e guardados debaixo da cama. Uma cadeira de rodas que ajudava na locomoção de Maria Clara, foi desmontada e guardada em cima de um guarda-roupas.

Um portão que divide a cozinha do restante da casa, que antes ficava trancado, hoje fica aberto. Todas as alterações foram feitas, após Maria Clara obter melhoras com as primeiras doses do Canabidiol.
Voltando a falar, andar, a menina soletra algumas sílabas e interage com todos da casa. A irmã, de apenas quatro anos, está ansiosa pela recuperação.Triste com a situação, o medo da mãe de Maria Clara, Tatiane Oliveira é de que ela volte a ter as crises convulsivas.
“Do jeito que ela ficou, toda machucada, com hematomas nos olhos, a gente tem medo é disso. Nossa advogada esta tentando conversar com a advogada do estado, para ver o que eles vão fazer para chegar mais rápido. Eles alegavam que era a receita, já enviei novas receitas e não obtive respostas”, finalizou.
Em nota, a prefeitura de Santana do Paraíso informou que fez contato com o governo do estado e que juntos fariam a compra do medicamento. Na Secretaria Estadual de Saúde a informação é de que ainda não conseguiram comprar Canabidiol, porque o mercado de fornecedores não manifestou interesse em fornecer o medicamento, que não é vendido no Brasil.
Por isso, a Secretaria Estadual de Saúde acionou o núcleo de atendimento à judicialização da saúde, que enviou um ofício para a advocacia geral do estado, sugerindo a conversão da obrigação do remédio em depósito judicial, na quantia necessária para o tratamento por um ano. Agora, segundo o governo do estado, falta apenas a homologação do juiz.

Fonte: G1

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Entre 3% e 8% dos espanhóis tem epilepsia

Entre 3% e 8% dos espanhóis tem epilepsia, metade vem de uma lesão ou tumores,  existem oito casos de epilepsia por 1.000 habitantes, e assume que 400 mil pessoas sofrem de uma crise, de acordo com a Sociedade de Neurologia de 
MADRID (EP) A epilepsia é uma desordem cerebral caracterizada por uma predisposição para convulsões, mas também por consequências sociais e cognitivos que ela causa aos afetados. Enquanto a epilepsia pode ocorrer em qualquer idade pode ser mais comum entre as crianças e os idosos.
Diz o Dr. Francisco Javier López, secretário do grupo de estudo da epilepsia Sociedade Espanhola de Neurologia (SEN), estima-se que há oito casos de epilepsia por 1.000 habitantes na Espanha, o que representa cerca de 400.000 espanhóis que poderiam sofrer a desordem. "Entre 3% e 8% da população irá sofrer uma crise em sua vida", diz o especialista.
Em metade dos pacientes as  causas (epilepsia idiopática) são desconhecidas, embora fatores genéticos podem estar envolvidos, e a outra metade os casos de epilepsia são de ferimentos sofridos durante o parto, trauma, tumores ou derrames. Entre os adultos as causas mais comuns são os três últimos. Em países do terceiro mundo a epilepsia é mais comum.
"Qualquer doença que afeta o cérebro pode gerar lesões que podem causar epilepsia", disse o chefe da Unidade de Epilepsia Refratária do Hospital Universitário de Santiago neurologista.
Em crises tônico-clônicas, a perda de consciência, rigidez em todo o corpo (fase tônica) e depois no braço e os movimentos das pernas (fase clônica) ocorre; pode as vezes morder a língua e perda de controle da bexiga e do intestino (incontinência). No final da crise a pessoa está a se recuperar pouco a pouco. Em alguns casos podem passar despercebidos nas escolas, levando ao fracasso escolar. Outras crises generalizadas são mioclônicas onde não há desconexão e outros movimentos involuntários dos braços e pernas.
Em crises parciais, a descarga epiléptica começa em uma determinada área da superfície do cérebro e as manifestações surgem a partir de sua origem. Podem apresentar sinais motores, sinais sensoriais ou sintomas psíquicos (como 'deja vu' em que se tem a sensação de ter vivido uma experiência) ou autônomo, que não alteram a consciência. Em crises parciais complexas a pessoa se desconecta do seu ambiente e faz comportamentos automáticos regulares, como andar sem direção.

Avanços no tratamento da epilepsia


Ele acabou de completar cem anos do primeiro medicamento anti-epiléptico, fenobarbital, e, desde então, desenvolveu mais de 20 medicamentos para a epilepsia, mais para os que por formas focais generalizadas. "Esta última década tem desenvolvido uma terceira geração de drogas entre eles vários de seus efeitos colaterais reduzidos para o paciente", diz o porta-voz do SEN.
Em 70% dos pacientes, a doença está bem controlada com drogas, enquanto para a resistência aos fármacos de 30% ou peculiaridades de tratamento restante, opõe-se assim a cirurgia é proposta como uma opção entre as pessoas afetadas são apresentadas.
O progresso também foi deixado claro nos métodos de diagnóstico que permitem a busca do foco causando as convulsões que proporcionam maior precisão para a cirurgia e uma maior chance de cura. "Atualmente, existem oito unidades de cirurgia de epilepsia no sistema nacional de saúde, três deles construídos mais recentemente", diz o neurologista.

Fonte: Valencia Plaza





sábado, 21 de fevereiro de 2015

'Faz toda a diferença', diz mãe de criança que se trata com canabidiol

Acometida por um tipo raro de epilepsia, a pequena Manoela, de três anos, teve uma melhora na qualidade de vida depois que passou a fazer uso de um novo medicamento. Os pais, por orientação médica, decidiram experimentar o canabidiol, substância extraída da maconha, como mostrou a reportagem do Jornal do Almoço. Com o apoio da Defensoria Pública, a família ingressou com uma ação pedindo que o estado custeie o tratamento. Na tarde desta sexta-feira (20), a Justiça acolheu a solicitação, determinando o prazo de 15 dias para que o produto seja fornecido.
"É uma melhora na qualidade de vida. São detalhes que muitas vezes podem passar despercebidos pela maioria, mas pra gente faz toda a diferença", afirma a mãe Daniele Bittencourt.
A família é de Santa Maria, Região Central do Rio Grande do Sul. Manoela é portadora da Síndrome de West, um tipo raro de epilepsia. A doença causa convulsões e pode provocar também paralisia cerebral.
Desde que foi diagnosticada, já tomou mais 10 remédios diferentes. No entanto, nenhum resolveu. Em outubro do ano passado, a família resolveu experimentar o canabidiol. "A percepção dela melhorou, a atenção melhorou bastante. Ela não chorava. Em quase três anos, fui conhecer o choro da minha filha agora", acrescenta a mãe.
Muita polêmica envolveu a entrada da substância no país. Especialistas confirmam que, se utilizado com finalidade medicinal, pode dar nova vida ao tratamento das pessoas. Em janeiro, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso do canabidiol como medicamento.
Com a decisão, o canabidiol sai da lista de substância proibida e passa a ser considerada uma substância de uso controlado. Vai poder ser prescrito para o uso terapêutico para doenças como epilepsia de difícil controle ou outros distúrbios neurológicos que provocam constantes crises de convulsivas. Segundo pesquisas, a substância não causa dependência física ou psíquica.
A fisioterapeuta que cuida da menina há mais de dois anos, também percebeu melhoras. "Ela está mais ativa durante as sessões e melhorou principalmente o controle cervical", revela Geovana Cunha.
O remédio, no entanto, é caro. Dura 40 dias e custa mais de R$ 800. Não é distribuído na rede pública e é importado dos Estados Unidos.
Por isso, os pais buscaram ajuda na Defensoria Pública. "Tem que cumprir a decisão do Poder Judiciário, de fornecer o medicamento ou custear que o pai da menina o adquira", afirma a defensora pública Tamara Flores, responsável pela ação.
O caso foi julgado pelo juiz Michel Martins Arjona, substituto do Juizado da Infância e Juventude da Comarca de Santa Maria. Na sentença, ele argumenta que a família não tem condições financeiras para prosseguir com o tratamento, e destaca que o laudo médico anexado ao processo confirma a necessidade do medicamento.
"O fornecimento pelo Estado do medicamento postulado é indispensável à manutenção de sua saúde e de sua dignidade humana, pois negar-lhe tratamento significa privar a criança de seu desenvolvimento físico e mental", escreveu Arjona. A pena para o descumprimento da decisão é o bloqueio do valor do remédio nas contas do estado.

Fonte: G1

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Veneno de cobra coral pode ajudar a tratar epilepsia e esquizofrenia, dizem cientistas


Exemplar de cobra coral; cientistas afirmam ter desvendado segredo sobre o veneno do réptil (Foto: Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA/Creative Commons)


Pesquisadores tiveram êxito na análise no veneno de espécie da Costa Rica. Estudo foi publicado na revista da Academia Americana de Ciências, a PNAS.

Cientistas revelaram o mistério de como o veneno da cobra coral costa-riquenha causa convulsões em suas vítimas, uma descoberta que pode impulsionar pesquisas sobre esquizofrenia, epilepsia e dor crônica.
O veneno inclui um par de proteínas chamadas micotoxinas (MmTX), que se acoplam aos poros nas células nervosas do cérebro e da medula espinhal, conhecidas como receptores GABA(A). Isto resulta em convulsões potencialmente mortais.
O estudo foi publicado nesta semana na revista da Academia Americana de Ciências, a "PNAS". "O que encontramos são as primeiras toxinas animais das que temos notícia", disse Frank Bosmans, professor assistente de fisiologia e neurociência da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins. "De longe, é o composto mais poderoso que ataca os receptores GABA(A)". "Assim que aderem aos receptores, não os deixam", prosseguiu.
Descobriu-se que as MmTX se une aos receptores GABA(A) mais firmemente que qualquer outro composto conhecido. Quando isto ocorre, o poro do receptor se abre permanentemente e a célula nervosa não consegue se restabelecer e acaba falhando.
Os especialistas esperam que estas descobertas ajudem a fazer avanços nos estudos sobre epilepsia, esquizofrenia e dor crônica, causados precisamente por falhas nos receptores GABA(A). "Os medicamentos para combater a ansiedade, como o diazepam e o alprazolam, também aderem nos receptores GABA(A), mas causam relaxamento no lugar de convulsões porque o fazem com mais folga", disse Bosmans. O estudo foi financiado pelo Centro Nacional de Pesquisa Científica da França.

Fonte: G1



sábado, 14 de fevereiro de 2015

OMS busca ampliar tratamento de epilepsia

Iniciativa está sendo implementada em quatro países, incluindo Moçambique; um dos objetivos é aumentar a conscientização sobre a desordem crônica.

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Maria Augusta Vilas Boas, enfermeira em Moçambique. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, mais de 50 milhões de pessoas no mundo sofrem de epilepsia. A desordem crônica no cérebro causa convulsões e pode afetar pessoas de todas as idades.
Para ajudar a combater a epilepsia, a OMS criou um programa para ampliar as oportunidades de tratamento e diagnóstico. A iniciativa está sendo implementada em quatro países: Gana, Mianmar, Moçambique e Vietnã.
Remédios
O programa busca melhorar a disponibilidade de medicamentos antiepiléticos e aumentar a conscientização da população sobre a epilepsia. Cerca de 80% dos casos ocorrem em países em desenvolvimento e três quartos dos pacientes não estão recebendo tratamento adequado, segundo a OMS.
A agência da ONU lembra que pacientes e famílias podem sofrer com o estigma e a discriminação, em especial durante um ataque epilético. A convulsão é causada por descargas elétricas excessivas num grupo de células do cérebro. A OMS explica que na maioria das vezes, as causas não são identificadas.
Eficácia
Estudos demonstram que 70% dos novos pacientes, adultos ou crianças, podem ser tratados com sucesso com medicamentos e manter as convulsões sob controle.
Mas na África, por exemplo, nove em cada 10 pacientes não recebem tratamento. Em Moçambique, país onde mais de 250 mil pessoas têm epilepsia, buscar ajuda pode significar uma longa jornada.
Feitiçaria
A OMS conta a história de uma enfermeira da província de Nampula. Segundo Maria Augusta Vilas Boas, os remédios muitas vezes não estão disponíveis e há casos de pacientes que não tomam o medicamento com regularidade.
Outra dificuldade é o fato de muitas pessoas em Moçambique acharem que a epilepsia é um problema de feitiçaria. No país, o programa da OMS envolve a participação de curandeiros e líderes religiosos cristãos, hinduístas e muçulmanos.
A OMS também treina trabalhadores de saúde para melhorar a distribuição dos medicamentos e garantir que no futuro, todos os pacientes epiléticos recebam o tratamento adequado.

Fonte:Nações Unidas (Notícias e Mídia)







sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Medicamento para tratamento da epilepsia deve deixar de ser produzido no Brasil

Pais e pacientes que sofrem de epilepsia estão preocupados. Isso porque um dos únicos medicamentos que existem para tratar a doença vai deixar de ser fabricado. A decisão foi tomada pelo único laboratório no Brasil responsável pela produção do remédio. A empresa afirma que a extinção será feita em função do mercado.


Fonte: RIC MAIS











terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Criança com epilepsia irá fazer fisioterapia por decisão da justiça

Paciente mora em  Guaíra (PR), e sofre de problemas neurológicos. Tratamento é uma técnica de fisioterapia não reconhecida pela Anvisa.

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) determinou que o Governo do Estado pague um tratamento especial de fisioterapia para uma criança de dois anos, de Guaíra, no oeste do Paraná. O método necessário no caso não é contemplado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não reconhece a técnica. A decisão foi divulgada nesta segunda-feira (9).
De acordo com o Ministério Público (MP-PR), a família procurou a Vara da Criança e do Adolescente para conseguir o direito ao tratamento para a menina, que sofre de paralisia cerebral, epilepsia e atraso neurológico. A doença afeta as funções motoras e cognitivas da paciente, ainda segundo o MP-PR.
"A família procurou ajuda porque fazia o tratamento na rede particular, mas, como estava ficando muito caro, eles não estavam mais conseguindo pagar. O MP-PR entendeu que o tratamento estava tendo um efeito positivo e, por isso, o Estado deve fornecer o tratamento”, ressalta o promotor André Luiz Querino Coelho.
O método de fisioterapia, chamado PediaSuit, é feito com uma roupa especial de elásticos ajustáveis que imitam a musculatura do corpo humano e foi indicada pelos médicos que tratam a criança.
Conforme o MP-PR, a técnica evita deformidades e diminui espasmos, além de ajudar a melhorar a postura, a musculatura e os movimentos da paciente.
A liminar, concedida pelo desembargador Carlos Mansur Arida, permite que a criança faça a fisioterapia até que o recurso seja julgado pelo Tribunal. Se o Estado não cumprir a ordem judicial, terá que pagar multa diária de R$ 500 pelo período máximo de um mês.
Na decisão, o desembargador alega que a medida é urgente. "A concessão da medida reveste-se de extrema urgência, na medida em que a demora na realização do tratamento pode acarretar danos irreversíveis à criança que ficará descoberta do tratamento, ficando exposta às retrocesso do quadro clínico”.
Ao G1, a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Paraná disse que ainda não foi notificada da decisão e, por isso, não se pronunciará sobre o caso, por ora.
Fonte: G1

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Transtornos cerebrais são investigados com minicérebros



Organoides mostram o desenvolvimento de doenças como esquizofrenia e autismo

Vistas de longe, elas parecem apenas bolhas dentro de um frasco vermelho. No microscópio, porém, estas estruturas de apenas dois milímetros trazem uma contribuição imensurável para a ciência. As pequenas fôrmas são minicérebros, como foram apelidados os organoides cerebrais humanos criados na Áustria em 2013 e que, agora, aterrissaram no Brasil, onde estão sendo usados em um estudo pioneiro sobre a esquizofrenia. A doença, assim como o autismo, está entre as que podem ter tratamentos desenvolvidos a partir dessas análises.
Pesquisador do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino, Stevens Rehen destaca que os organoides são equivalentes ao cérebro de um feto de três meses. Trata-se, então, de uma oportunidade de acompanhar detalhadamente o desenvolvimento do órgão desde praticamente a estaca zero.
Outro importante diferencial do estudo é proporcionar pela primeira vez a análise tridimensional do cérebro.
É uma nova maneira de olhar para nosso próprio interior — ressalta o neurocientista. — Este fantástico modelo abre possibilidades para estudar em tempo real aquilo que acontece durante a formação do cérebro, incluindo alterações de desenvolvimento cujas consequências irão se manifestar mais adiante na vida.
Diversos grupos de pesquisa já criaram pequenas réplicas do fígado e do intestino, entre outras estruturas do organismo, mas até 2013 ainda não haviam conseguido realizar o mesmo com o cérebro, o órgão mais complexo do ser humano. A intenção não é reproduzi-lo por completo, e sim obter um tecido que já seja suficiente para investigar o desenvolvimento do sistema nervoso e a origem de algumas doenças neurológicas.
Até agora, só havia duas possibilidades de estudar a esquizofrenia: em animais com cérebros menos complexos, como camundongos, ou em humanos mortos — ou seja, no estágio final da doença. Mas ainda não era possível saber como ocorre o início do transtorno cerebral. Com os minicérebros, é possível estudar em tempo real eventuais alterações de desenvolvimento.
A equipe do neurocientista formou os minicérebros com a conversão de células extraídas da pele, do sangue ou da urina em células-tronco pluripotentes — aquelas que podem se transformar em qualquer célula do corpo humano, assim como as encontradas no embrião.
Colocamos estas células-tronco reprogramadas em um frasco de vidro que está sempre em movimento — descreve Rehen. — Este material recebe muitos estímulos, se agrupa e cresce, transformando-se em pequenos organoides cerebrais, de cerca de dois milímetros de tamanho.

REAÇÃO A SUBSTÂNCIAS

A “mistura” constante dos organoides no frasco proporciona aos cientistas testemunhar os principais processos biológicos e de que modo eles podem ser alterados. Por exemplo, como o cérebro reagiria com a introdução de uma determinada substância.
Como cada paciente cede as suas próprias células, a análise dos organoides é individualizada — ou seja, aquilo que vemos um frasco vem de apenas para uma pessoa.
A formação do minicérebro ainda é um processo demorado. São necessários seis meses para cumprir o caminho que começa na reprogramação de uma célula até o fim de seu estudo no frasco. Rehen espera concluir os primeiros organoides ainda este mês.
Além da esquizofrenia, a equipe brasileira dedica-se à produção de organoides de crianças com síndrome de Dravet, como é conhecida a epilepsia severa infantil. Esta pesquisa pode detalhar a formação do transtorno nos pacientes, além de contribuir para a busca por novas formas de tratamento.
Em estudo publicado em agosto de 2013 na revista “Nature”, cientistas do Instituto de Biotecnologia Molecular de Viena afirmaram que a baixa capacidade do minicérebro de armazenar sangue limitava o desenvolvimento de um exemplar maior do órgão. No entanto, o autor chefe da pesquisa, Jürgen Knoblich, afirmou que este procedimento ainda “não seria desejável”. O cientista também ressaltou que há um longo caminho a ser traçado até que um organoide desenvolvido no laboratório possa substituir um tecido cerebral.


Fonte: O GLOBO











 



sábado, 7 de fevereiro de 2015

Dia Internacional da Epilepsia - 10 de fevereiro de 2015

Participe você também do desafio epilepsia em celebração ao primeiro dia Internacional de Conscientização sobre a Epilepsia no dia 9 de fevereiro. Convido você a gravar um vídeo dizendo quem você é, junto à mensagem:  "Eu aprendi que existem milhões de pessoas com epilepsia. Muitas pessoas com epilepsia são excluídas por causa da discriminação e todos nós precisamos estar cientes disso. Então, por essa razão que eu estou apoiando esta campanha em prol das pessoas com epilepsia , dizendo " Eu tenho a epilepsia nos meus pensamentos".



sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Justiça do Trabalho condena grupo que demitiu trabalhador por crises de epilepsia

Um trabalhador rural conseguiu manter no Tribunal Superior do Trabalho decisão das instâncias anteriores que consideraram que sua dispensa pela Arauco Florestal Arapoti S.A., do Paraná, foi abusiva e discriminatória. Apesar de trabalhar há mais de vinte anos para a Arauco e empresas do grupo, ele desenvolveu epilepsia e, quando as convulsões se tornaram mais constantes, foi demitido. A Quarta Turma do TST não conheceu (não entrou no mérito) do recurso das empresas contra a condenação, e foi mantida a sentença.
O empregado foi admitido em agosto de 1990 e, entre 2006 e 2010, o contrato foi suspenso para tratamento de saúde. As crises se tornaram mais frequentes a partir de agosto de 2012 e, em setembro, ele foi dispensado. No pedido de reintegração, ele alegou que, apesar de a epilepsia não ser contagiosa, as convulsões dão margem a tratamento discriminatório.
As empresas, em sua defesa, afirmaram que a demissão ocorreu por reestruturação do quadro, não por discriminação, tanto que o trabalhador recebeu alta médica em junho de 2010 e foi dispensado apenas em outubro 2012. Acrescentaram que a epilepsia é doença crônica, não grave, situação que não gera a presunção de dispensa discriminatória.
A Vara do Trabalho de Jaguariaíva (PR) considerou a demissão discriminatória e violadora do princípio da boa-fé objetiva. A sentença declarou nula a rescisão e determinou a reintegração do trabalhador, com o pagamento dos salários do período de afastamento, e fixou indenização por danos morais no valor de R$ 37 mil.
A decisão foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) com base na Súmula 443 do TST, que presume como discriminatória a despedida de portador do vírus HIV ou de doença grave que suscite estigma ou preconceito. Segundo o TRT, as empresas não conseguiram desconstituir essa presunção.
As empresas recorreram ao TST, mas a Quarta Turma entendeu que a Súmula 443 foi bem aplicada e não conheceu do recurso. Para a relatora, ministra Maria de Assis Calsing, a epilepsia, por si só, não seria enquadrada como doença grave a suscitar preconceito. Todavia, no caso deste processo, "é possível concluir que foi a causa determinante da ruptura contratual pela empresa, fazendo, assim, ser presumida a dispensa discriminatória".
Quanto à indenização, a Turma afirmou que, havendo a comprovação da dispensa discriminatória, não há como se afastar o dano moral, que independe de prova da efetiva da lesão à honra ou imagem do empregado. A decisão foi unânime.
Fonte: TST (Tribunal Superior do Trabalho)




quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Queda frequente de energia coloca a vida de criança com síndrome de west em risco

Menino de Bauru (SP) depende de aparelhos para respirar. Concessionária afirma que fornecimento não é interrompido.

Os problemas no fornecimento de energia elétrica que afetam os moradores de toda a região sudeste têm trazido uma série de prejuízos aos usuários. Em Bauru (SP), a queda frequente no abastecimento elétrico tem colocado em risco a vida de um menino de 9 anos, que depende do serviço regular para sobreviver.
O menino Ryan Henrique Rufino da Silva é portador da síndrome de West, um tipo de epilepsia que o deixou com um sério comprometimento neurológico. A mãe conta que ele aprensentou os primeiros sintomas aos seis anos de idade. "Ele engasgou com a própria saliva e teve uma parada cardiorrespiratória de dez minutos. Com isso, houve sequelas e ele nunca mais andou. Meu filho vive acamado", diz Meire Regina Gomes da Silva. 
Em casa, a criança recebe acompanhamento de enfermeiras enviadas pelo governo e depende de vários aparelhos para conseguir respirar. Parte do equipamento usado por Ryan depende de eletricidade para funcionar e as recentes interrupções no fornecimento de energia elétrica no bairro onde Ryan mora colocam em risco da vida dele. 
Criança depende de aparelhos para sobreviver (Foto: Reprodução / TV TEM)Criança depende de aparelhos para sobreviver
De acordo com o neuropediatra Plínio Ferraz, o caso de Ryan precisa de muitos cuidados. “Uma queda de energia, seja em um hospital ou em uma casa utilizando o sistema de home care, é algo muito sério que pode comprometer o bem estar do paciente", afirma.
Medida judicial
Por precisar de energia elétrica o tempo todo, a família não teve outra saída a não ser procurar a Justiça e entrar com uma ação contra a concessionária responsável pelo serviço. “Resolvemos entrar com a medida depois que ficamos cerca de 5 horas no escuro. Não sabemos até hoje como ele aguentou tanto tempo", afirma Meire. 

A ação foi protocolada em 2013 e pede que a empresa de energia forneça a família algum tipo de equipamento, como, por exemplo, um gerador que possa garantir o funcionamento da aparelhagem em caso de queda no fornecimento. “O objeto principal dessa ação é suprir a falta de energia. É lamentável ver que essas pessoas não têm um direito tão básico assegurado", afirma o advogado que acompanha o caso, Fernando de Oliveira.
Mãe entrou com ação contra CPFL (Foto: Reprodução / TV TEM)
Em nota, a concessionária alegou que cumpre a ordem da Justiça e que a moradia da criança de Bauru está cadastrada como Unidade de Terapia Intensiva (UTI) domiciliar, que implica atendimento preferencial e urgente.
No entanto, o advogado nega a informação da concessionária. “Embora a concessionária expresse em nota tal argumento, jamais foi cumprido. Nem sequer um contato com a mãe do menino”, afirma Fernando. 
Fonte: G1












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