segunda-feira, 29 de junho de 2015

Tecnologia possibilita pessoas com epilepsia a controlarem crises

Terapia utiliza impulsos elétricos para ajudar a prevenir crises
 
Alguns pacientes com epilepsia, distúrbio neurológico caracterizado por crises epilépticas recorrentes, não respondem satisfatoriamente ao tratamento medicamentoso e não são indicados para a cirurgia por conta dos altos riscos. Para esses pacientes com a chamada epilepsia refratária, a terapia VNS proporciona um controle efetivo das crises, praticamente sem efeitos colaterais, e com grande segurança. A terapia, registrada pela ANVISA, utiliza um gerador que, através de um condutor, envia minúsculos impulsos elétricos ao eletrodo ligado ao nervo vago esquerdo situado no pescoço, ajudando a prevenir irregularidades elétricas que causam as crises. O nervo vago é responsável por enviar impulsos às partes do cérebro e é um grande elo entre o corpo e o órgão. Pais e cuidadores relatam que, com a terapia, a pessoa com epilepsia refratária obtém melhoras significativas nas habilidades de aprender, integrar-se socialmente e estudar. 
O aparelho é colocado por uma cirurgia rápida e simples. Por meio de uma pequena incisão o gerador de pulso é implantado sob a pele abaixo da clavícula esquerda ou próximo da axila esquerda. Uma segunda incisão pequena é efetuada no pescoço para fixar dois pequenos eletrodos ao nervo vago esquerdo. Os eletrodos são ligados ao gerador por um condutor sob a pele. O gerador da Terapia VNS, que gera pequenos impulsos elétricos automaticamente, é ligado duas semanas depois da cirurgia, e programado pelo médico com a frequência adequada à necessidade do paciente. A programação é efetuada por um palmtop conectado a uma ferramenta que é posicionada sobre o lugar onde o gerador foi implantado. Não produz dor e pode ser feito sobre a roupa. O paciente deverá frequentar regularmente seu médico para acompanhar o progresso da terapia. 
Proporcionando um maior controle, o paciente recebe um ímã especial e, ao sentir a chegada de uma crise, passa o ímã sobre o gerador possibilitando a liberação do estimulo que inibe ou diminui a severidade da crise, atuando também na melhora do período de recuperação. A bateria do gerador da terapia dura, em média, de 4 a 7 anos, dependendo da programação dos estímulos. A troca do aparelho da Terapia VNS é realizada em uma cirurgia simples, na qual é substituído o gerador implantado no tórax por um novo.

Fonte: Portal Nacional de Seguros


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Mãe espera que sua filha com epilepsia e paralisia cerebral ganhe o canabidiol

A mãe briga com prefeitura de Diadema, que descumpriu decisão judicial por compra de medicação.

Todos os dias, a dona de casa Sandra Maria dos Prazeres, 46 anos, sai de Diadema (SP), onde mora, e leva a sua filha, Caroline Franciele dos Prazeres, de 20 anos, para atividades na escolinha Chama, na zona sul de São Paulo. Na van da Prefeitura de Diadema, durante os solavancos pela via que une as cidades, ela olha a feição da menina, que não fala e quase não se move. Pensa em como aquele ser inocente mudou sua vida. 
Enfermeira formada, Sandra deixou de trabalhar para se dedicar 24 horas por dia à moça. Para ela, ainda um bebê. A mãe dá banho, troca fraldas, leva a filha à escolinha, conduz a cadeira de rodas nos passeios em tardes de domingo e acaricia seu cabelos antes de dormir, desejando sempre o que mais a deixa feliz: que Caroline tenha uma boa noite. Sem convulsões e com sono tranquilo. Ela dedicou a profissão à sua filha.
— A Caroline é uma criança grande. Ninguém pode cuidar dela como eu. Já aceitei que minha missão é cuidar dela. É o meu viver, por isso quero dar qualidade de vida para ela e luto para que não falte nenhum medicamento que possa ajudá-la.
Caroline sofre de paralisia cerebral desde os dois anos e três meses de idade. Ela tinha uma vida normal, quando passou por um AVC (Acidente Vascular Cerebral). A demora no atendimento hospitalar, conforme relata a mãe, causou sequelas definitivas, após ela entrar em coma induzido por um mês. A disfunção, que é acrescida de epilepsia e retardamento mental, causa seguidas convulsões, praticamente neutralizadas com uso da substância canabidiol (CBD).
Sandra tem atestados médicos de especialistas, comprovando a necessidade do CBD e de outras medicações. Mas está com sérias dificuldades em conseguir o medicamento para a filha, devido ao alto valor de importação (ainda não pode ser vendido no Brasil).
Decisão descumprida
Para todas as prescrições, teria de desembolsar R$ 1.607 por mês. Só o CDB lhe custaria US$ 448 (R$ 1.401,34) quantia pesada para ela, afastada do trabalho, sem poder complementar o orçamento da casa, baseado nos serviços que o sr. Venício, seu marido, consegue como vidraceiro. Ele também ajuda a mulher na rotina com a filha.
A família depende da ajuda eventual de amigos para conseguir o produto, por um curto período e em quantidades menores do que o necessário. Após ter negada solicitação feita à Secretaria de Saúde do município ela obteve, no dia 28 de abril, uma segunda liminar, da Vara da Fazenda Pública de Diadema, para que a prefeitura passasse a arcar com o valor do CBD em um prazo de um mês.
Dias antes, obtivera uma primeira, obrigando a compra de outros, até que o advogado comprovasse a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a importação do CBD. 
O CBD é uma substância química presente na maconha, tendo demonstrado, segundo estudos científicos, eficiência no tratamento de uma série doenças, inclusive as neurológicas. A Anvisa, em janeiro último, tirou a classificação de "proibida" da substância, passando à condição de "controlada".
Conforme documentação enviada ao R7 e informações da família, a decisão em relação ao CBD não foi cumprida até a última quinta (25), a ponto de o advogado ter entrado com um pedido de bloqueio das contas da prefeitura, no valor mensal determinado pelo juiz.
Enquanto isso, Sandra sofre ao ver o aspecto abatido da filha transparecer mesmo sem gestos nem palavras. Caroline tem entre 20 e 30 convulsões por dia, conforme conta a mãe. Até ela se recobrar, a duração é de cerca de 30 minutos.
— O médico diz que o CBD é o último recurso. Ela já tomou todos os medicamentos existentes para esse caso e nenhum conteve as convulsões. O único foi o CBD. Quando ela toma, todo o andamento psicológico e neuromotor dela tem benefícios. Até o rostinho fica mais corado.
Prefeitura contesta inicialmente
A Prefeitura de Diadema não entrou com recurso para cassar nenhuma liminar. Mas contestou, após a decisão judicial, a necessidade de entregar a medicação, em documento de nove páginas, assinado pelo prefeito Lauro Michels Sobrinho.
Segundo o governo municipal, trata-se de uma situação que "irá ofender o princípio de isonomia". O município ressalta que a situação contraria o direito à universalidade (direito de atendimento a todos cidadãos) já que, pela argumentação da instituição, Caroline estaria ocupando o lugar de outros que esperam há mais tempo. 
A prefeitura também realça que há dificuldades orçamentárias para a entrega do medicamento e, mesmo que houvesse recursos financeiros para o caso de Caroline, não teria como arcar com o custo de outros casos similares, que também poderiam ter o mesmo direito.
Prefeitura contesta inicialmente
A Prefeitura de Diadema não entrou com recurso para cassar nenhuma liminar. Mas contestou, após a decisão judicial, a necessidade de entregar a medicação, em documento de nove páginas, assinado pelo prefeito Lauro Michels Sobrinho.
Segundo o governo municipal, trata-se de uma situação que "irá ofender o princípio de isonomia". O município ressalta que a situação contraria o direito à universalidade (direito de atendimento a todos cidadãos) já que, pela argumentação da instituição, Caroline estaria ocupando o lugar de outros que esperam há mais tempo. 
A prefeitura também realça que há dificuldades orçamentárias para a entrega do medicamento e, mesmo que houvesse recursos financeiros para o caso de Caroline, não teria como arcar com o custo de outros casos similares, que também poderiam ter o mesmo direito.
O advogado da família, que pediu para não ser identificado, afirma que a tese é ultrapassada, já que, baseado em artigo da Constituição Federal, é dever do poder público dar a assistência de saúde necessária, de qualquer maneira.  
— A Constituição não coloca condições, sejam financeiras ou quaisquer outras, quando determina a obrigatoriedade dos governos de atender a demandas de saúde da população. É um direito da Caroline, ela não pode aguardar. Ela não tem como se cuidar e seu caso requer urgência permanente. O próprio Ministério Público (Estadual) já rebateu esta tese da Prefeitura.
Ao ser contatada pelo R7, a prefeitura, por meio de sua assessoria de imprensa, realinhou o discurso, relatando que comprou os demais medicamentos elencados na liminar, que estão à disposição da paciente.
— Apenas o canabidiol (CBD) está pendente por conta de burocracia referente a produtos importados. 
Também afirmou que fará um depósito judicial para a compra do CDB, já que as dificuldades são reduzidas na importação para pessoa física, segundo a prefeitura. O advogado de Sandra, no entanto, afirmou que a família não recebeu nenhuma informação a respeito do CBD. Apenas os outros medicamentos foram retirados por Sandra nesta quinta-feira (25), após contato da reportagem.
Missão de mãe 
Consciente da missão concedida a ela pelo destino, Sandra não se queixa da luta que tem pela frente. Pelo contrário. Ela tem outros dois filhos, Renan (23) e Rafael (24), que também cursa enfermagem no Mato Grosso, para um dia ajudá-la. Mas, de certa maneira, fundiu sua vida à da filha. A tranquilidade dela é também a sua tranquilidade.
— Às vezes fico acordada a noite toda cuidando dela. Ela não fala, não anda, mas ela é linda.
E, no fim, para dizer que o CBD deixa a filha mais estável, Sandra revela a melhor maneira que ambas usam para se comunicar.
— Ela sorri com os olhos. Eu me comunico com ela pelo olhar.
A esse remédio nenhum advogado, juiz, médico, prefeito ou jornalista tem acesso. Só Caroline e a mãe. Sua eterna efermeira.
Fonte: R7

quinta-feira, 25 de junho de 2015

RTV Unicamp: Atividade física, psicologia e epilepsia

Em uma tese de mestrado Simone Kishimoto fala dos beneficios da atividade física para pessoas com epilepsia e como o seu lado psicológico pode melhorar com a pratica da atividade física.


Fonte: RTV Unicamp















terça-feira, 23 de junho de 2015

Portadores de epilepsia também podem dirigir

Para guiar veículos pacientes com epilepsia precisam estar aptos fisicamente e obedecer às regras do Conselho Nacional de Trânsito
A epilepsia é um distúrbio neurológico crônico, mas que não impede que os seus portadores tenham uma vida normal. Com o devido acompanhamento médico e o controle da doença, atividades cotidianas como dirigir são possíveis. Segundo a legislação vigente no Brasil, as pessoas que possuem epilepsia podem conduzir veículos se obedecerem alguns critérios impostos pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). No entanto, a pessoa com epilepsia não pode tornar-se motorista profissional, isto é conduzir veículos pesados e transporte público mesmo livre de crises há anos.
Para a neurologista, responsável pela Unidade de Pesquisa e Tratamento das Epilepsias e o Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Escola Paulista de Medicina, Dra. Elza Márcia Targas Yacubian, dirigir é um privilégio e não um direito. “É necessário que a pessoa esteja apta, tanto física como mentalmente para conduzir veículos”.
Segundo Dra. Elza, existem recomendações que devem ser feitas ao motorista que tem epilepsia e queira dirigir. É preciso estar livre de crises no mínimo há um ano e com acompanhamento médico. Somente é possível dirigir na categoria B, isto é, guiar carro de passeio.

Fonte: Portal Nacional de Seguros

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Casal australiano doa US$ 33,7 milhões para pesquisa sobre o canabidiol

Um casal fez uma doação de US$ 33,7 milhões a uma universidade australiana para a investigação médica em cannabis, de acordo com o site “Mashable”. A generosa quantia sedida por Barry e Joy Lambert é a maior quantia já recebida pela Universidade de Sydney. Com ela, o casal espera colocar a Austrália na vanguarda da pesquisa de cannabis medicinal.
“Nossa visão é tornar a Austrália líder mundial em pesquisa para entender o poderoso potencial medicinal da planta cannabis”, Barry disse em um comunicado.
Os principais ingredientes da maconha, conhecidos como canabinoides - tetrahidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD) - já ajudaram aqueles que sofrem de epilepsia e reduziu o número de convulsões.
Os Lamberts são avós da pequena Katelyn Lambert, que sofre até 1.400 convulsões por dia devido a uma forma rara de epilepsia, síndrome de Dravet. Seu pai, Michael, tem sido um defensor da legalização da maconha medicinal na Austrália. A condição da menina afetou também a vida dos avós, que decidiram que não mais podiam sentar e esperar a mudança.
“A experiência da nossa neta, que sofre de epilepsia debilitante, abriu nossos olhos para a possibilidade extraordinária de os canabinóides tratarem não só sua condição, mas uma série de doenças crônicas que muitas vezes não respondem aos tratamentos convencionais”, disse Barry. “Acreditamos que este investimento no futuro da ciência e da medicina australiana irá fornecer evidência muito necessária para fazer avançar rapidamente o uso de canabinóides medicinais no tratamento de epilepsia infantil e outras doenças graves”
A doação permitirá que a universidade crie um programa plurianual, que visa aumentar sua pesquisa clínica e científica relacionadas com canabinoide, e eventualmente, produzir maconha medicinal.
A prioridade da iniciativa será compreender como as 10 variações de canabinóides podem ser usadas para tratar a epilepsia, particularmente o CBD. Também vai explorar as doenças que podem ser tratadas com cannabis e começar a se mover na direção de ensaios clínicos.
Michael Spence, vice-chanceler da Universidade de Sydney, disse que o programa coloca Austrália à frente de países como os Países Baixos e os Estados Unidos na ciência do canabinóide.
“Ele permite pesquisa em uma ampla gama de aplicações como vício, câncer, obesidade, epilepsia infantil e dor crônica para a demência e transtornos de saúde mental”, Spence disse em um comunicado. “Sua generosidade reconhece o compromisso da Universidade com a investigação interdisciplinar que pode alcançar resultados de mudança de vida.”
Atualmente, o uso médico da cannabis é legal no Canadá, Áustria, Holanda, Israel, Espanha, Itália, e mais de 20 estados nos Estados Unidos. Não é legal em nenhum dos estados da Austrália.


Fonte: O Globo




quarta-feira, 10 de junho de 2015

Epilepsia em idosos, como ela é?

Por que a doença é tão difícil de ser identificada em pessoas da terceira idade?
A epilepsia, uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos, é uma doença difícil de ser identificada, especialmente em idosos. Nessa faixa etária, as doenças cardiovasculares e outras mais comuns com o envelhecimento inibem o diagnóstico mais preciso.
O eletroencefalograma, exame para confirmar a epilepsia nem sempre ajuda. No entanto, o histórico clínico do paciente torna-se muito importante, já que alguns exames não excluem a possibilidade de a pessoa ser epiléptica.
Um estudo das características clínicas e eletrencefalográficas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), de 2011, mostrou os aspectos clínicos da ocorrência de crises epiléticas em idosos, frequência, controle e tipo de crise, aderência ao tratamento medicamentoso e caracterização da síndrome epilética.
A mostra incluiu 19 pacientes, homens e mulheres, com 60 anos em média, e que iniciaram o tratamento após os 50 anos de idade. O grupo foi submetido a exames neurológicos que incluíam dados cognitivos.
Os pesquisadores identificaram que as crises epiléticas foram em grande número focais (47,3%), ou seja, manifesta-se apenas em parte do cérebro. Nesse teste, as crises tiveram elevada frequência de ocorrência de estado de mal epiléptico.
Estima-se que de 1 a 2% da população idosa tem epilepsia. Com o envelhecimento da população e a estimativa de vida cada vez maior, até 2030, há tendência de haver mais epiléticos idosos, adiantam especialistas.
A causa, muitas vezes, é desconhecida, mas pode ter origem em ferimentos sofridos na cabeça, recentemente ou não. Traumas na hora do parto, abusos de álcool e drogas, tumores e outras doenças neurológicas também facilitam o aparecimento da epilepsia.
A Liga Brasileira de Epilespia informa que, em geral, se a pessoa passa anos sem ter crises e sem medicação, pode ser considerada curada. O principal, entretanto, é procurar auxílio o quanto antes, a fim de receber o tratamento adequado.
Fonte: Mais Equilíbrio



domingo, 7 de junho de 2015

Cerca de 50 milhões de pessoas no mundo sofrem de epilepsia

Cerca de 50 milhões de pessoas no mundo sofrem de epilepsia, diz a Organização Mundial de Saúde (OMS) em um relatório.
De acordo com essa entidade de saúde, quase 80 por cento das pessoas afetadas  são de renda baixa e média e não recebem o tratamento necessário.
Muitos destes doentes também são vítimas de estigmatização. No entanto, a epilepsia pode ser tratada facilmente com medicação e controlada em cerca de 70 por cento dos casos.
A OMS estima que a cada ano 2,4 milhões de casos de epilepsia são diagnosticados. Em países de alta renda, novos casos registrados a cada ano na população em geral entre 30 e 50 por cem mil pessoas. Em países de renda média ou baixa  este número pode ser até duas vezes maior.
Isto é provavelmente devido ao aumento do risco de doenças endêmicas como malária e neurocisticercose; a maior incidência de lesões relacionadas a acidentes de trânsito e; variações na infra-estrutura médica, a disponibilidade de programas de saúde preventiva e cuidados acessíveis.
A epilepsia é uma doença crônica do cérebro que afeta as pessoas em todo o mundo e é caracterizada por crises recorrentes, diz OMS.
Elas são breves episódios de movimentos involuntários que podem afetar uma parte do corpo (crises parciais) ou total (crises generalizadas) e, por vezes acompanhada de perda de consciência.
Crises convulsivas são devido a descargas elétricas excessivas em grupos de células cerebrais. As transferências podem ocorrer em diferentes partes do cérebro.
Convulsões podem variar de muito breves episódios de ausência ou contrações musculares para crises longas e severas. A sua frequência pode também variar desde menos de um por ano para várias vezes por dia.
Uma única crise não significa epilepsia (até 10 por cento da população mundial sofre uma convulsão durante toda a sua vida).
A epilepsia é definida por duas ou mais convulsões não provocadas. É uma das doenças mais antigas conhecida no mundo. Durante séculos, o medo, incompreensão, discriminação e estigma social em torno da doença.
Este estigma continua até hoje em muitos países do mundo e pode influenciar a qualidade de vida das pessoas com epilepsia e suas famílias.
Em países de baixa e média renda, cerca de três quartos das pessoas com epilepsia não receberm o tratamento necessário. Em muitos destes países, a disponibilidade de DAE (drogas anti-epiléticas) é baixa.

Prensa Latina
Agência Latino-Americana de Notícias







quinta-feira, 4 de junho de 2015

Justiça do DF autoriza, pela primeira vez, o uso do canabidiol

Sabrina Azevedo Filgueira, de 8 anos, agora terá direito de usar o remédio.
Pela primeira vez no Distrito Federal, a Defensoria Pública conseguiu na Justiça o fornecimento do canabidiol, uma substância derivada da maconha, para fins medicinais. A decisão foi dada pelo juiz da 1º Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, na terça-feira (19 de maio ).
Sabrina Azevedo Filgueira, de 8 anos, tem má-formação no cérebro que atrasa o seu desenvolvimento e provoca crises epiléticas e necessita utilizar o canabidiol para manter os ataques sob controle. Aos quatro anos, enquanto estava indo para o parquinho da escola, sofreu o primeiro ataque convulsivo.
— Quando aconteceu, ela precisou ficar internada no hospital de base e a situação só foi se agravando — conta o pai de Sabrina, Fábio Azevedo, 35.
O analista de licitação lembra que em agosto de 2011, as crises aumentaram na época e, desde então, os pais estão lutando para garantir uma vida de melhor qualidade para a filha.
— Na época, a médica passou alguns medicamentos para controlar as crises, mas elas continuavam acontecendo. 
Em dezembro de 2014, O pai da menina conseguiu a documentação para que pudesse importar o canabidiol. Mas, como o medicamento não é fabricado no Brasil, a importação mensal do medicamento pesa no orçamento da família. Para arrecadar o dinheiro, foi preciso vender rifas, fazer negociações no trabalho e conseguir doações.
— Nós somos uma família de baixa renda, não temos como importar o remédio e foi então que procuramos a Defensoria. 
— Nós somos uma família de baixa renda, não temos como importar o remédio e foi então que procuramos a Defensoria. 
— Em um mês de tratamento, nós já percebemos uma melhora surpreendente. As crises diminuíram e ela passou a interagir muito mais. Agora voltou a frequentar normalmente a escola e as aulas de balé. Nós já sabíamos que não seria uma batalha fácil. Houve momentos em que achei que não seria capaz. Mas eu via a dedicação dos defensores na nossa causa. A Defensoria é um dos poucos órgãos em que somos tratados com muito respeito. Fomos bem orientados sobre o que fazer desde o início. 
O Defensor Público do Núcleo da Saúde, Fernando Honorato, explica como funciona o processo para solicitação desse tipo de medicamento.
— A questão não é tão simples como parece ser. Antes de entrar com a ação, a Defensoria envia um ofício à Secretaria de Saúde, relatando o caso da paciente, e esse ofício já vai instruído com o relatório do médico. Diante da inércia da Secretaria, por qualquer motivo ou impossibilidade jurídica de atender o pedido, nós então ajuizamos uma ação, munida do laudo, visando o bem estar da assistida. 
O processo corre em sigilo e a Secretaria de Saúde do DF tem o prazo de 45 dias para fornecer o medicamento para os responsáveis da criança. Este prazo foi definido por se tratar de uma licitação internacional. Caso a decisão não seja cumprida, a Defensoria atuará mais uma vez informando o juiz sobre o descumprimento da decisão.


Fonte: R7

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Aprovação da resolução Epilepsia pela Assembléia Mundial de Saúde: um marco histórico


Terça-feira 26, de 2015, foi lembrado como uma data histórica para todos nós. Nessa data, a Assembleia Mundial da Saúde aprovou a resolução da OMS sobre a carga global de Epilepsia  que apela aos Estados-Membros:

  • reforçar a liderança eficaz e governança para atender às necessidades específicas das pessoas com epilepsia, e disponibilizar recursos conforme necessário para implementar planos e ações baseadas em evidências;
  • introduzir e aplicar planos nacionais de saúde de acção para a gestão da epilepsia, com o objetivo de superar as desigualdades e as desigualdades na saúde, social e outros serviços relacionados;
  • integrar a gestão da epilepsia nos cuidados primários de saúde quando apropriado para reduzir a diferença de tratamento, através da formação de profissionais de saúde não-especialistas e capacitando as pessoas com epilepsia e seus cuidadores para uma maior utilização de auto especificado e programas de assistência domiciliar;
  • melhorar a acessibilidade e promover a acessibilidade dos preços dos medicamentos antiepilépticos seguros, eficazes e de qualidade garantida;
  • garantir a sensibilização do público para a educação e sobre a epilepsia, em especial nas escolas primárias e secundárias, para ajudar a reduzir a equívocos, a estigmatização e a discriminação em relação às pessoas com epilepsia e suas famílias;
  • promover ações para prevenir causas da epilepsia, utilizando intervenções baseadas em evidências;
  • aumentar o investimento em pesquisa da epilepsia e aumentar a capacidade de investigação;

  • colaborar com a sociedade civil e outros parceiros nestas ações

[Na foto da esquerda para direita] Athanasios Covanis - O presidente da IBE, Shekhar Saxena -Quem, Shichuo Li (China), Brooke Short - OMS, Ann Little, diretor executivo IBE (Irlanda), Mary Secco, IBE (Canadá), Tarun Dua - OMS, Emilio Perucca - O presidente ILAE, Alla Guekht, ILAE (Rússia)

Como a resolução foi desenvolvida?

A aprovação da resolução representa um grande sucesso para ILAE, IBE e sua parceria de longa data com a OMS. Por algum tempo, ILAE, IBE e os seus membros têm trabalhado incansavelmente para sensibilizar os governos nacionais sobre a necessidade de estabelecer um esforço coordenado contra a epilepsia. Em resposta a essas chamadas, a República Popular da China assumiu a liderança no final de 2014 através da elaboração de uma resolução pedindo uma ação global para ser implementada sob a égide da OMS e em parceria com ILAE e IBE. O projeto recebeu co-patrocínio cedo pela Federação da Rússia, e muitos outros países logo se juntou ao expressar seu apoio. Em fevereiro de 2015, a 136ª reunião do Conselho Executivo da OMS votou por unanimidade, recomendar que a resolução ser aprovada pela 68ª Assembleia Mundial da Saúde. O nível de apoio que a resolução recebeu na Assembléia Mundial da Saúde foi esmagadora.Tanto na reunião do Conselho Executivo e na Assembleia Mundial, um total de 43 países (ver em baixo) fizeram declarações fortes a favor da resolução e expressaram seu compromisso de intensificar as ações contra a epilepsia. Notavelmente, 17 países (ver abaixo) pediu para ser nomeado como co-patrocinadores da resolução. Além disso declarações de apoio foram feitas pela própria OMS e por organizações civis acreditadas com a OMS, incluindo, além de IBE, ILAE, a Federação Mundial de Neurologia e Health Action International.
Quais são os próximos passos para garantir a implementação da resolução?
A resolução fornece uma ferramenta poderosa para envolver governos nacionais para a implementação de ações eficazes para melhorar os serviços médicos e sociais para as pessoas com epilepsia, promover a conscientização pública sobre a epilepsia e alocar recursos para pesquisa da epilepsia. A Task Force Outreach global ILAE-IBE Joint já começou a elaborar um conjunto de recomendações para auxiliar todos os interessados, incluindo os capítulos da ILAE e IBE associações, no sentido de garantir que a resolução se traduz em ações efetivas. Outras atividades previstas incluem a organização de reuniões e seminários a fim de facilitar a participação dos interessados, incluindo os decisores políticos e do engajamento de instituições nacionais e internacionais, a fim de alcançar os objetivos da resolução.
Todas estas atividades serão realizadas em estreita parceria com a OMS. É importante ressaltar que a resolução apela a OMS diretor-geral para identificar as melhores práticas relevantes para enfrentar o encargo de epilepsia e desenvolver, em consulta com as partes interessadas, um conjunto de recomendações técnicas que norteiam os Estados-Membros, no desenvolvimento e implementação de programas de epilepsia e serviços. A resolução também pede que a OMS preste apoio técnico aos Estados-Membros em ações de gestão de epilepsia, especialmente em países de baixa e média renda.
Estes são grandes momentos para todos aqueles que cuidam de uma vida melhor para as pessoas com epilepsia. A resolução é apenas o começo - agora o nosso dever para explorar essa oportunidade sem precedentes na melhor das hipóteses. Ao trabalhar em conjunto, não há limites para o que podemos alcançar!
Os países que fizeram declarações de apoio à resolução na reunião do Conselho Executivo da OMS e / ou e da Assembleia Mundial da Saúde:
Albânia, Argentina, Austrália, Azerbaijão, Bahrein, Benin (em nome dos 47 membros da região AFRO) Brasil, Canadá, República Checa, República Democrática do Congo, Egito, Geórgia, Gana, Grécia, Índia, Irã, Iraque (falando em nome dos 21 Estados-Membros da região EMRO), Indonésia, Itália, Japão, Líbano, Lituânia, Malásia, Maldivas, Malta, Nepal, Panamá, Polônia, República Popular da China, República da Coréia, Romênia, Rússia, Arábia Saudita, Suriname, Suazilândia, Taiwan, Tanzânia, Tailândia, Timor-Leste, Reino Unido, Estados Unidos da América, Uruguai, Venezuela,
Os países que solicitaram a co-patrocinar a resolução no Conselho Executivo da OMS reunião e / ou e da Assembleia Mundial da Saúde:
Austrália, Canadá, Gana, Geórgia, Grécia, Japão, Itália, Malásia, Maldivas, Malta, Panamá, República Popular da China, Romênia, Rússia, Tailândia, Reino Unido, Venezuela, Argentina, a República Islâmica do Irão.
Fonte: Internacional Bureau For Epilepsy