segunda-feira, 4 de julho de 2016

Dieta Cetogênica tem 50% de sucesso em tratamento da epilepsia

Tratamento sem carboidrato tem indicações próprias e até 25% dos pacientes que fazem a dieta podem deixar de tomar medicações de controle
Estima-se que 30% dos casos de epilepsia seja refratária, ou seja, aquela que não é passível de controle por medicamentos. Esses pacientes possuem atualmente três opções de tratamento: cirurgias corretivas, dieta cetogênica ou uso de estimuladores do sistema nervoso central. Essa segunda alternativa tem se mostrado altamente eficaz em adultos e crianças por todo o mundo: metade das pessoas que fazem a dieta apresenta melhora significativa com diminuição de até 50% na quantidade das crises e entre 10 e 25% dos pacientes simplesmente ficam livres delas.
Dessa forma, os departamentos de neurologia com ênfase nas epilepsias estão aprimorando seus “ceto-centros” que oferecem acompanhamento multiprofissional capacitado para indicação e orientação da dieta cetogênica.
Para a neurologista infantil Letícia Brito Sampaio, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, a Dieta Cetogênica pode ser a solução para pacientes refratários às medicações antiepiléticas, com controle das crises e melhora na sua qualidade de vida. “Os números são extremamente positivos e não podem ser ignorados. Entre 50 e 70% das crianças que fazem a Dieta Cetogênica apresentam redução significativa das crises (até 50%) e 25% ficam livres delas”, afirma Dra Letícia.
Outra informação relevante é que entre 20 e 60% dos pacientes que fazem a Dieta Cetogênica podem deixar de tomar outros medicamentos de controle, o que beneficia principalmente aos que apresentam intolerância às drogas antiepiléticas (efeitos colaterais).
A Dieta Cetôgenica para epilepsia existe desde 1921. Ela voltou a ser muito utilizada desde o início da década de 90 porque, mesmo com o surgimento de diversos medicamentos, cerca de um terço dos pacientes ainda apresentam o tipo refratário da doença.

 Como funciona

 A Dieta Cetogênica é uma dieta terapêutica precisamente calculada com base na altura, idade e peso paciente. É rica em gorduras, moderada em proteínas e pobre em carboidratos. São incluídos alimentos como carnes, ovos, creme de leite fresco, azeite, verduras e frutas. Já doces e massas estão definitivamente proibidos.
O objetivo é fazer com que o cérebro tenha como fonte principal de energia as cetonas (provenientes da gordura) e não a glicose (presente, principalmente, nos carboidratos). É esse quadro de cetose que reduz e até interrompe as crises epiléticas.
O principal desafio do tratamento com a Dieta Cetogênica é a disciplina, já que é necessária fazer uma mudança radical nos hábitos alimentares, praticamente eliminando a ingestão de carboidratos. Alguns pacientes apresentam hipoglicemia, acidose metabólica, vômitos e refluxos gastrointestinais. “Todos esses sintomas são passíveis de controle e prevenção. Então, é importante que pacientes e familiares persistam na dieta por pelo menos três meses até que se possa avaliar a eficácia no controle das crises”, afirma Dra Letícia.
É importante lembrar que a suplementação vitamínica é fundamental para o equilíbrio nutricional dos pacientes. Além disso, são feitos exames de sangue periódicos para avaliar todas as taxas e diariamente o próprio paciente faz o controle da Cetose com uma medição na urina.
Geralmente, o tratamento com base na Dieta Cetônica é feito por até dois anos e, depois disso, avalia-se o retorno gradativo à uma alimentação nutricional saudável e balanceada.
Dieta cetogênica são eliminados todos os alimentos com carboidratos como pão ou arroz, e quando o organismo não tem carboidratos, fica em um processo chamado de cetose porque o corpo passa a queimar a gordura que utiliza como fonte de energia ao invés do açúcar.

Fonte: Portal Nacional de Seguros



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