terça-feira, 7 de abril de 2015

Pais querem proporcionar uma boa vida ao filho com o uso do canabidiol

Há um ano, uma família brasiliense conseguia, pela primeira vez na Justiça, o direito de importar o canabidiol (CBD), substância derivada da maconha usada em tratamentos de convulsões. Em janeiro último, mais uma vitória foi comemorada: a reclassificação do produto, que deixou de ser ilegal no Brasil, trouxe alívio para os pacientes. Provocou também uma reviravolta nas discussões sobre o tema no país. Mas quem depende do CBD para evitar as crises ainda esbarra em burocracia e no alto custo da importação e dos impostos a serem pagos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tirou da ilegalidade o CDB e o colocou na lista de substâncias controladas, em uma decisão histórica. Também ficou mais fácil e rápido conseguir uma autorização do órgão para importar o produto. No entanto, as famílias precisam pagar os impostos de importação e ir a São Paulo ou contratar um despachante para retirar o pacote na cidade. Os pais que compram os remédios para dar aos filhos souberam que uma portaria da Receita Federal seria elaborada para facilitar a importação do produto. Procurado, porém, o órgão se limitou a dizer que não comenta mudanças na legislação ou medidas em estudo.
Enquanto permanecer essa situação, sem o registro desses produtos no país, o custo para trazê-lo pode chegar a R$ 3 mil em um único pedido. Como é o caso do casal Danilo Gonçalves, 59 anos, e Luzia Magda Nunes Costa, 52. Os dois são pais de Thiago Costa Nunes, 29 anos. Ele tem síndrome de Lenox-Gastaut, um quadro grave de epilepsia generalizada. A doença foi descoberta quando o rapaz tinha apenas 6 meses de vida. “Ele tinha de 30 a 60 convulsões diárias, fora as infecções e as pneumonias”, contou Luzia. Preocupados em proporcionar uma boa vida ao filho, que tem dificuldades para andar e falar, eles foram atrás de informações sobre o CBD. Na internet, encontraram outros pais com situação semelhante e trocaram figurinhas sobre o uso da substância. Levaram a possibilidade até a médica de Thiago, que estudou o caso.

Fonte: Correio Braziliense

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